tag:blogger.com,1999:blog-14922672730911128052024-03-12T20:28:13.824-03:00A BUSCAWhohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.comBlogger22125tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-34022970538316665952011-12-25T11:09:00.009-02:002011-12-25T19:26:13.211-02:00Vivendo o Natal do Agora<a href="http://1.bp.blogspot.com/-Q3XAWeioRS8/TrO8LP36WbI/AAAAAAAAAf0/nOHDXGUG7VE/s1600/tempo+%25281%2529.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 400px;" src="http://1.bp.blogspot.com/-Q3XAWeioRS8/TrO8LP36WbI/AAAAAAAAAf0/nOHDXGUG7VE/s1600/tempo+%25281%2529.jpg" border="0" alt="" /></a><div style="text-align: left;"><br /></div><div>O que posso desejar neste Natal, senão o presente (em verdade, uma benção...) de nos libertarmos definitivamente do vício mental do tempo psicológico?</div><div><br /></div><div>Imagine-se usufruindo de paz e serenidade imperturbáveis, sem se deixar influenciar pela angústia ou expectativa pelo que virá, nem tampouco pela saudade ou arrependimento do que passou. </div><div><br /></div><div>Medite sobre o quanto seria bom viver livre de problemas, que tanto lhe atormentam a existência. </div><div><br /></div><div>Você pode achar que isso não é possível, ou julgar-se incapaz de alcançar esse estado interior. </div><div><br /></div><div>Contudo, acredite!</div><div><br /></div><div>Este é um presente que está ao alcance de todos. </div><div><br /></div><div>E o melhor: - para recebe-lo e dele usufruir, não é necessário possuir nem fazer nada de especial. </div><div><br /></div><div>É preciso apenas viver o momento presente. </div><div><br /></div><div>Quem vive no Agora é mestre da ação através da não ação, isto é, age desinteressadamente, sem precisar de motivações do passado ou do futuro... Por isso mesmo, não busca nada para si, nem mesmo o sucesso, e com isso conserva a verdadeira paz.</div><div><br /></div><div>Como os problemas têm origem na mente, e precisam do tempo para existirem, estar focado no Agora nos permite aceitá-los serenamente como situações "do momento", até que as circunstâncias os transformem. </div><div><br /></div><div>Com isso, deixamos de carregar o fardo extenuante de centenas de coisas que faremos ou teremos de fazer no futuro, ou da culpa pelo que fizemos ou deixamos de fazer no passado, ocupando-nos exclusivamente daquilo que estamos experienciando no instante presente. </div><div><div><div><br /></div><div>Quando estamos ancorados no Agora, a vida transforma-se em um Natal Permanente de bençãos que distribuímos a todos, através da plenitude de cada minuto vivido intensamente...</div><div><br /></div><div>O frescor do momento presente nos faz redescobrir a alegria de viver os mínimos detalhes do cotidiano... A cada dia, o simples ato de acordar, de tomar banho, de vestir-se, de alimentar-se, de abraçar o outro, de ir para o trabalho, de chegar ao trabalho, de trabalhar, de respirar, de lavar as mãos, de olhar o nascer do sol, de apreciar a paisagem do poente, de escutar o canto dos pássaros, o sorriso de uma criança, de sentir o perfume de uma flor, tudo se torna revestido de cores novas, de nuances nunca antes percebidas, de um sabor até então desconhecido, que mais tarde, compreendemos ser o sabor da eternidade...</div><div><br /></div><div>Este é o Natal que desejo para todos nós.</div><div><br /></div><div>Possam todos os seres sencientes viver no Agora a plenitude do estado de Ser, em conexão com o Absoluto, sentindo infinito no finito, unidade na diversidade, ordem no caos, paz na aflição, amor em tudo!</div></div></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-55238372096365777622010-11-15T19:36:00.015-02:002011-03-09T18:46:38.150-03:00Chico Xavier: um homem chamado Amor<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://2.bp.blogspot.com/_XJ4Zr9nsr2Q/S7XP6kscowI/AAAAAAAAAic/ENkfwNwdbdQ/s1600/Chico+Xavier.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 410px; height: 396px;" src="http://2.bp.blogspot.com/_XJ4Zr9nsr2Q/S7XP6kscowI/AAAAAAAAAic/ENkfwNwdbdQ/s1600/Chico+Xavier.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><div><br /></div><div><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Conheci Chico Xavier pela primeira vez quando ainda era muito jovem. Em todas as três vezes que estive com ele, uma profunda transformação interior se processou em mim. Chico era como um poderoso dínamo de forças, que induzia quem dele se aproximava a voltar-se para dentro de si e reavaliar sua vida. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Havia algo nele que cativava à primeira vista. Pessoas de todas as crenças, religiões, camadas sociais, raça ou cor que o visitavam, se rendiam ao influxo do amor e humildade incondicionais que dele exalavam, através do seu gesto de carinho, do seu olhar compassivo, de sua palavra sempre amiga e orientadora, da sua paciência e generosidade, da sua renúncia irrestrita em favor da mitigação da dor alheia. Perto de Chico, a mente se aquietava e uma intensa sensação de paz preenchia o vazio dos corações, insuflando otimismo e esperança, lenitivos para a dor da perda e da desesperança. <span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Hoje, sua obra de amor e doação integral ao próximo está em alta nas mídias de todo país e do mundo. A reedição das obras mediúnicas veiculadas por seu intermédio, a publicação de dezenas de livros sobre sua obra de amor, e a exibição de uma ínfima parcela de sua intensa e prodigiosa existência nas telas do cinema, têm nos feito redescobrir o homem Chico Xavier. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Sim. Por que Chico, antes de mito, como alguns querem transformá-lo, é um ser que viveu na vida física, o ápice do potencial de humanidade que cada um de nós traz em seu íntimo, à espera do nosso despertar. Sua trajetória terrena, integralmente percorrida pelos caminhos da compaixão e do amor, é um hino de esperança e confiança no homem, contrariando os pessimistas de plantão, e mostrando que é possível a construção de uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais equânime, ainda nesta vida terrena. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Na primeira vez em que o visitei, uma fila enorme serpenteava pelo lado externo da casa simples que o abrigava em Pedro Leopoldo. Estávamos no último dia do ano de 1983, e uma leve e fina garoa refrescava-nos o calor do verão, naquela paisagem tipicamente mineira, dominada pelas Alterosas azuis. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Chico residia em Uberaba e costumava passar os finais de ano em sua cidade natal, e, eu, naquela época, como participante de um grupo de jovens espíritas da cidade de Belo Horizonte, estava ali, cheio de juvenil expectativa para encontrar o mundialmente famoso médium mineiro. <span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Quando nos aproximávamos da porta de entrada da pequena sala, onde Chico, assentado, atendia pacientemente a todos, percebi-lhe imediatamente as dificuldades físicas com o lado esquerdo do corpo, certamente decorrentes da angina que àquela altura já lhe era companheira constante. Embora fosse visível seu esforço para se manter acomodado na poltrona simples, ele parecia alheio ao próprio sofrimento físico. Bem humorado, era solícito com todos que se lhe aproximavam, respondendo às perguntas e apelos que lhe eram endereçados com a gentileza e a atenção que lhe eram peculiares. Suas palavras, sorrisos, gestos e olhares eram expressões do mais puro amor e carinho. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Olhava-o agora bem de perto, e senti-me profundamente envergonhado. Conquanto eu fosse ainda muito jovem, percebia nitidamente o imenso abismo entre minha vida, cheia de preocupações e expectativas de conquistas pessoais, e a existência até ali septuagenária daquele médium, que se dedicara exclusivamente ao bem estar do próximo. Estava diante de um homem que não tivera tempo de cogitar nem tampouco realizar nada para si mesmo, pois, a dor e o sofrimento alheios, continuadamente lhe cobravam a dedicação de todo o seu tempo disponível. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">E todos nós, ali presentes, preocupados em sermos por ele atendidos em nossas necessidades, mais íntimas e urgentes, parecíamos alheios às necessidades do homem Chico Xavier. Dele, sugávamos tudo, até mesmo as energias, que o médium, no cumprimento de sua missão, nos doava de forma incontinenti. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">No entanto, apesar das calúnias e injustiças sofridas ao longo da vida, de sentir no imo do coração compassivo a intensidade da dor alheia, de nunca ter nutrido nenhuma aspiração para si, Chico transparecia uma felicidade inabalável e contagiante. Naquele instante, a constatação desse fato abalaria profundamente minhas concepções juvenis acerca do sentido da vida, e mudaria para sempre os rumos e aspirações da minha busca. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Sentia intuitivamente que aquele homem alquebrado, que escondia a própria grandeza espiritual por detrás da simplicidade e da humildade, queria nos dizer, através do seu exemplo, que a felicidade duradoura não estava na satisfação dos desejos individuais. Ao contrário, se quiséssemos ser felizes tínhamos de nos esforçar para absorver o ego no Ser interior, deixando que a essência e não a aparência governasse nossas vidas. <span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Chico nos indicava um roteiro para alijarmos de nós o egoísmo, raiz de todos os males: o caminho da doação incondicional em favor do próximo. O exercício diário e contínuo da compaixão desloca o centro das relações entre os seres do “eu” para o “outro”. Com isso o querer individual cede lugar à preocupação com o bem estar alheio. Já não interessa mais o desejo pessoal e sim a necessidade do outro. A compaixão consome as diferenças entre “eu” e o “outro” no fogo do amor ao próximo. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">A atitude compassiva e generosa daquele homem, ao longo de toda sua vida, havia consumido-lhe a escuridão do ego, e o que víamos ali, diante de nós, era o brilho radiante de sua luz interior, que como um sol acolhia indistintamente a todos que dele se aproximavam. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> <span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> <span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span></span></span>Finalmente, estava a poucos passos do médium. Duas pessoas me separavam do Chico. Em instantes falaria com ele, e nada me vinha à mente. Havia preparado mais de uma questão para quando estivesse com ele. Porém, ali, naquele instante, eu não me lembrava de nenhuma delas. Também não sentia mais necessidade de indagar qualquer coisa. Era como se todas as minhas dúvidas tivessem se esvanecido durante as profundas reflexões experimentadas ao longo do trajeto daquela enorme fila. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Sentia-me estranhamente feliz, de uma forma ainda não experimentada, até então. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Uma das pessoas à minha frente era uma senhora idosa que carregava um belo quadro do médium, pintado a óleo. A autora com uma fisionomia radiante de felicidade entregou o quadro a Chico, dizendo-lhe da imensa satisfação e alegria que tivera em poder retratá-lo naquela pintura. O médium sorriu com a pureza e ingenuidade de uma criança, e em sua desconcertante humildade, que em momento algum dava brechas ao ego, disse para regozijo geral: - "Obrigado... Muito obrigado! Quero dizer-lhe, minha querida amiga, e todos haverão de concordar, que o quadro ficou infinitamente melhor do que o original". Sorrimos todos, diante de mais uma lição daquela alma pura e sensível. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">A próxima da fila era uma amiga integrante do grupo de jovens espíritas ao qual eu pertencia. Ao chegar próxima do médium, e notando-lhe a dificuldade física, já que ele mal conseguia ficar sentado, a jovem tentou agachar-se diante dele no intuito de facilitar-lhe a conversação. Percebendo-lhe o gesto, e não querendo ficar numa posição física superior à jovem, que pudesse denotar qualquer sentimento de adoração, Chico rapidamente segurou-lhe as mãos e com imensa dose de humor e doçura disse-lhe: - "Minha filha, não faça isso... Se você se agachar, eu deito..." Mais uma vez sorrimos todos diante daquela espontânea demonstração de fraternidade, que iguala todos os seres na dimensão da centelha divina que reside em nós. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">A jovem conversou ainda um pouco mais com Chico, e despediu-se. E de repente lá estava eu, ao lado do médium, segurando-lhe as mãos, e com os lábios emudecidos pela emoção. Ele olhou-me fixamente nos olhos como que sondando meu íntimo de modo gentil e amoroso. Após alguns segundos, Chico me disse carinhosamente: - “Que bom que vieste meu filho... Por vezes, em épocas como esta, em que se comemora a chegada de um novo ano, lembro-me sempre dos que nada têm... Órfãos de amor perambulam pelas ruas e periferias das cidades do mundo, à espera de inaugurarmos para eles, com o nosso concurso fraterno e amoroso, uma nova etapa em suas vidas sofridas, onde a luz da esperança brilhe na escuridão da dor...".</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Não pude conter a emoção que invadia meu coração naquele momento, e duas longas gotas de lágrimas rolaram pela minha face... Consegui apenas agradecê-lo e pedir que o Criador o abençoasse. Enquanto agradecia-lhe, Chico segurava e apertava firmemente minhas mãos. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Saí da sala singela e dirigi-me ao jardim da casa, onde debaixo de um caramanchão florido, chorei copiosamente. Ali, sozinho comigo mesmo, verti o pranto da dúvida, até a última gota. Não havia mais questionamentos, nem tampouco incertezas. Esvaziei-me da desesperança e tornei-me pleno do sentido da vida, que tão ansiosamente buscava em meus arroubos juvenis. O amor daquele homem notável reconectara-me com minha essência. De modo significativo, logo nos primeiros minutos daquele ano novo, embora ainda muito jovem, sentia-me renascer </p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt; ">Tempos depois, pude compreender melhor aquelas sábias e visionárias palavras de Chico, ao experimentar no imo do coração a felicidade anônima de servir ao próximo, não apenas nas atividades da casa espírita, mas, e principalmente, na vivência diária. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Mais tarde, já de madrugada, Chico recebeu o nosso grupo de jovens para um encontro mais íntimo, o qual não tínhamos intenção de prolongar em razão do seu estado de saúde. A razão para aquele pedido do Chico residia no fato de que a mentora espiritual da nossa mocidade espírita era sua mãe, Maria João de Deus. Transcorridos alguns minutos de conversação com o querido médium, encontrávamos-nos envolvidos por uma sublime atmosfera espiritual que aquecia nossas mentes e corações, fazendo-nos esquecer o frio das horas iniciais do ano novo que chegara. Foi quando Chico, em sua emoção inesgotável com relação a tudo que lembrasse sua querida mãe, pediu-nos que cantássemos para ele o hino do nosso grupo, dedicado à sua progenitora. Ao som das nossas vozes juvenis embaladas pelos acordes de um violão, ele acompanhou o cântico visivelmente emocionado, e, ao final, lembro-me ainda de sua voz, embargada pelo pranto de eterna gratidão à sua mãe, a nos dizer: - “Eu pedi a ela (Maria João de Deus) a esmola da vida, e ela me deu um tesouro que são todos vocês...” </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Naquele momento, em meio ao silêncio e à quietude daquela madrugada fria de Pedro Leopoldo, choramos todos de alegria, experimentando, na presença daquele ser iluminado, um pouco das bem-aventuranças expressas na mensagem dos grandes avatares que visitaram a terra, como Buda e Jesus. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Penso que a grande mensagem de Chico Xavier foi escrita com os atos de sua própria vida. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Ao doar-se integralmente ao outro, esquecendo de si mesmo, e preocupando-se apenas com a felicidade alheia, ele nos assinalou um difícil e ao mesmo tempo auspicioso <span style="mso-spacerun:yes"> </span>roteiro para romper os grilhões do ego e alcançar a iluminação ou o conhecimento de si mesmo: - o caminho do amor ao próximo. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;text-indent:35.4pt;line-height:normal">Tenho por mim que existem seres que vêm ao mundo para serem a prova viva de que a essência do homem é amor. Chico Xavier, certamente, é um deles. <span style="mso-spacerun:yes"> </span></p></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-29017086038184968962010-03-29T23:08:00.007-03:002010-03-30T11:26:17.089-03:00O tempo e a plena atenção<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_YIcuxIyCCMs/SvrCXFyvJyI/AAAAAAAAAPA/3E65mJYj86Q/s320/plena_aten%C3%A7%C3%A3o.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 225px; height: 320px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_YIcuxIyCCMs/SvrCXFyvJyI/AAAAAAAAAPA/3E65mJYj86Q/s320/plena_aten%C3%A7%C3%A3o.jpg" border="0" alt="" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align: left; text-indent: 0px;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Há uma dicotomia no tempo: de um lado, acreditamos em sua existência, e de fato, na dimensão física não podemos dele escapar; de outro lado, é uma ilusão, pois o que verdadeiramente existe é única e exclusivamente o momento presente. O momento que passou, chamado de passado, foi, naquele instante, somente um momento presente. E o momento que virá, chamado de futuro, será, no instante em que ele ocorrer, apenas um momento presente. Em verdade, o que existe é somente um eterno presente. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">É a mente que nos trai, fazendo-nos acreditar que o agora se divide em passado, presente e futuro. Na dimensão física, a mente-ego coloca o suceder dos fatos em uma linha temporal seqüencial, dando-nos a impressão de que o tempo existe, mas tudo não passa de uma mera ilusão cognitiva. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Já no espaço de consciência profunda, onde reside o fulcro da vida, chamado de Ser interior ou Essência divina, estamos interconectados a tudo e a todos, de tal forma, que não existe tempo, nem tampouco espaço. À semelhança dos interstícios quânticos da matéria infinitesimal, onde as partículas se deslocam de um ponto a outro, sem, contudo, se deslocarem no espaço, o Ser na dimensão quântica integra-se a tudo que existe na dimensão física. Não existe ali separatividade e o verbo ser é somente conjugado no presente: Tudo é!</p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Aliás, a face tridimensional da vida é um pálido reflexo da dimensão divina do homem. Centro gerador da vida, o Ser é o próprio universo apreciando a si mesmo através da mente-ego. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Não é que o tempo seja ruim. No aspecto tridimensional em que vivemos, onde precisamos de um corpo físico para nos manifestar, tanto a mente quanto o tempo por ela produzido são importantes para lidarmos com os aspectos práticos da vida cotidiana. Neste sentido, Dogen, grande mestre zen budista e um dos maiores sábios que já passou pelo planeta Terra, nos diz: "Tudo é impermanente e o tempo passa rapidamente. Não desperdice sua vida em vão". </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Assim, o tempo na vida tridimensional é importante para os aspectos práticos do cotidiano, mas não é o essencial. Com disciplina, podemos aprender a tirar proveito de cada instante vivido, pautando nossa caminhada na vida física por meio da plena atenção. Este o verdadeiro sentido de se aproveitar bem o tempo: viver a plenitude do momento presente. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">São extraordinários os efeitos transformadores da plena atenção. Quando estivermos no olho do furacão, onde tudo e todos parecem estar contra nós, experimentemos cortar o circuito febril da mente, e focar a atenção no instante presente. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">A plenitude do momento presente aquieta a mente, que teima em nos levar do passado ao futuro nas asas da ansiedade, do medo, da aflição. Ancorados no agora, abrimos mão das artimanhas do ego em querer manipular situações e pessoas, como um pássaro em pleno vôo, perseguido pela águia, abre o bico e deixa o desejado alimento cair. Assim como a águia desiste do pássaro e voa em direção ao alimento em queda livre, a mente, sob o influxo da plena atenção, desiste do seu alimento natural: a inquietude do pensar. O pássaro ao se desapegar do alimento ganha para si a liberdade de voar em um céu pleno de paz. A mente desapegando-se da ansiedade, alimento do futuro e da recordação, alimento do passado, encontra na plenitude do presente a porta de acesso à dimensão do Ser. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Viver o instante presente é ser uno com tudo e todos; sujeito é objeto, objeto é sujeito; sujeito é sujeito; não existe mais dualidade, nem separação; ao contrário, a mente descansa docemente, pois cessaram os desejos, frutos da ansiedade, do medo pelo vir-a-ser, da recordação do que já se foi. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Sentir o contentamento do chão sob a sola dos pés; a felicidade da água escorrendo sobre a pele; os infinitos matizes de sabores do alimento; a sinfonia da voz nos falando; a gentileza da voz que fala. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Caminhar, caminhando. Apenas tomar banho. Comer, comendo. Ouvir, ouvindo. Falar, falando. Cada ação está contida na ação. Sem interesses ou desejos escondidos nas dobras do tempo. Apenas os minutos fluindo, sucessivamente, um após o outro, continuamente, como um rio em direção à plenitude do mar. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Plena atenção é cessar o movimento febril dos pensamentos que como ondas de ilusão turvam a superfície da realidade. Para no momento seguinte, perceber, no fundo do lago da vida, o próprio universo pulsando, e nele reconhecer a si mesmo. </p>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-83985281088253903342009-11-29T08:54:00.016-02:002009-11-29T11:01:26.984-02:00Estar presente...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_X8kIFTtN1eo/Rr3Xze9gd3I/AAAAAAAAAA8/OWtYQpU4xgc/s320/zazen.gif"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 205px; height: 260px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_X8kIFTtN1eo/Rr3Xze9gd3I/AAAAAAAAAA8/OWtYQpU4xgc/s320/zazen.gif" border="0" alt="" /></a><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Confie no Coração</span></b></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><b><br /></b></span></div> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">O caminho perfeito não conhece dificuldades ,</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Mas se recusa a ter preferências;</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Apenas quando é libertado do ódio e do amor</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">É que se revela totalmente, e sem disfarce.</span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Uma diferença de um décimo de centímetros,</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">E o céu e a terra são separados.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Se você deseja vê-lo diante dos seus olhos</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Não tenha pensamentos fixos nem contra nem a favor.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><i><br /></i></span></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"> </span></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Instigar aquilo de que você gosta contra aquilo de que você não gosta:</span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Essa é a dança da mente.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">O Caminho é perfeito como a amplidão do espaço,</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Sem nada a querer, sem nada supérfluo.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">É devido às escolhas que faz</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Que a sua Essência se perde de vista.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><i><br /></i></span></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"> </span></o:p></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">O Um não é nada além do Todo, o Todo nada além do Um.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Tome seu lugar e o resto se seguirá por si só.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Falei, mas foi em vão, pois o que podem dizer as palavras</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Sobre as coisas que não têm ontem, amanhã ou hoje?</span><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><o:p></o:p></span></i></p><p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><i><br /></i></span></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><o:p><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"> </span></o:p></p> <p class="MsoNormal" align="center" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt; text-align:center;line-height:normal"><b><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">Seng Ts’an </span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;">(Extraído do livro “Budismo: Uma introdução Concisa – Huston Smith e Philip Novak)</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal; "><span class="Apple-style-span" style="color:#99FF99;"><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><o:p> </o:p></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Vivemos exatamente de forma contrária à última estrofe do poema acima. Queremos compreender tudo pelo intelecto, e para isso a mente-ego necessita de definições. No entanto, para vivenciarmos a resposta da pergunta que move a humanidade “Quem sou eu?” precisamos buscar o vazio. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">A natureza da mente é o condicionamento. Exibimos por trás de cada atitude, palavra ou pensamento uma marca mental, que dá o tom ou as cores da nossa interpretação de mundo. Uma mesma situação pode ser compreendida de forma diferente por várias pessoas, de acordo com o influxo do pano de fundo ou dos condicionamentos que trazem em suas mentes. </p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Como exemplo, observe com atenção a figura abaixo:</p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;margin-bottom: 0.0001pt; line-height: normal; "><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.usabilidoido.com.br/imagens/hexagono_cortado.gif"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 100px; height: 100px;" src="http://www.usabilidoido.com.br/imagens/hexagono_cortado.gif" border="0" alt="" /></a><br /></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">O que você vê na imagem acima: Um hexágono? Um cubo com a face superior olhando-se de cima para baixo? Um cubo com a face inferior olhando-se de baixo para cima?</p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Pois, é... Note que mesmo havendo três possibilidades, ou seja, mesmo que consigamos visualizar as três figuras, existe sempre uma delas que teima em permanecer em nossa tela mental, condicionando nossa percepção, e dificultando a identificação das outras duas. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Essa é uma ação típica da mente-ego que interpreta as situações no mundo sensível de acordo com sua conveniência, condicionando nossas vidas sem que, na maioria das vezes, tenhamos consciência disso. Esse viés utilizado pelo ego para interpretar o mundo de acordo com suas concepções tem origem na própria estrutura egóica, herdada das memórias acumuladas (pensamentos e emoções) por meio das experiências do ser na dimensão do sensível. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Como então colocarmos os pés no Caminho Perfeito de que nos fala o poema do Mestre Seng Ts’na, caminho este totalmente livre dos condicionamentos? </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">O segredo é percebermos que o vazio está presente em todas as coisas. Não aquela idéia de vazio deduzida pelo intelecto, que nada mais é do que a negação de algo ou da própria existência. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">A vacuidade aqui pretendida não pode ser definida pela mente-ego, pois se constitui na própria natureza incondicionada do Ser, ou seja, a natureza búdica, livre de marcas mentais, por meio da qual, percebemos as coisas como elas são. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Este caminho perfeito, de que nos fala Seng Ts’na, é o momento presente, o agora. Estar presente significa a própria conexão entre o Ser e o mundo sensível, isto é, entre a Testemunha de tudo e o Tudo. A simples consciência desse fato é capaz de transformar a Testemunha e o Tudo em um só. </p><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Em razão da sua natureza condicionada, a mente fraciona a realidade exterior em sujeito e objeto, dando-nos a falsa impressão de que existimos separados do mundo sensível. E neste contexto, a linha temporal na qual se baseia a existência física, reforça esse processo de distinção, na medida em que as recordações da memória e as imagens criadas pela imaginação que projeta o amanhã são instrumentos desse condicionamento, utilizados pela mente para criar a ilusão de que objetos e pessoas estão fora de nós. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Portanto, viver a plenitude do agora é estar liberto da memória (passado) e do vir-a-ser (futuro). Quando vivemos nossa vida plenamente ancorados no instante presente, nos libertamos de forma consciente de dois tipos de condicionamentos que bloqueiam nossa percepção acerca das coisas como elas realmente são: 1) a repetição de padrões mentais que se estabelecem automaticamente em razão de comparações quase instantâneas realizadas pela mente-ego entre aquilo que experimentamos no agora e recordações de situações semelhantes vivenciadas no passado; 2) sobreposição de imagens projetadas para o futuro sobre nossa compreensão acerca da situação presente, geradas pela ansiedade da mente-ego, que não gosta de sentir insegurança quanto ao porvir, e por isso utiliza-se da imaginação para garantir a satisfação dos seus desejos. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Assim, estar presente é apenas ser, sem julgamentos ou comparações, sem certo ou errado, nem bonito, nem feio, nem alto, nem baixo. É na plenitude do agora que todos os opostos, toda dicotomia se complementa, e podemos então perceber a unidade. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Essa prática no Zen se chama Shikantaza, ou seja, simplesmente estar presente, simplesmente ser, simplesmente fluir na eternidade do agora.<span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Os condicionamentos e as marcas mentais têm sua origem na memória e na ansiedade do vir-a-ser. Por isso, viver cada instante com plena atenção é ser livre, pois o momento presente em si, sem as limitações temporais do passado e do futuro, é vazio de marcas mentais e condicionamentos. Este é o sentido verdadeiro de vacuidade e também de liberdade. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Logo, se estou plenamente focado no agora, sem deixar que a mente vagueie pelos labirintos ilusórios das recordações e das previsões, minha percepção acerca de determinada situação não difere mais da percepção do outro, pois não há mais a interposição do viés do ego entre nós. O momento presente liberta da separatividade. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">No agora, não me encontro mais separado do outro, pois não existe mais a minha compreensão e a compreensão do outro. Sem o pano de fundo da mente-ego, as coisas são como elas são, e, portanto, o mundo sensível não depende mais das opiniões do ego para ser compreendido. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Por isso, aquele que vive no instante presente torna-se imune à opinião alheia, que não mais o atinge, nem o instiga, nem tampouco o aborrece. Para ele, já não há mais sentido em querer convencer ou impor ao outro a sua opinião, pois sua antiga compreensão das coisas, a compreensão da mente-ego, da qual ele extraía opiniões intelectuais e separatistas sobre o mundo sensível, já não mais existe. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">E se opiniões e definições intelectivas já não são mais importantes, então não existem mais diferenças entre ele e o outro. Surge desse fato um sentimento natural de aceitação do outro, fruto da compaixão, aqui compreendida como a percepção que nasce da compreensão de que temos a mesma origem, o mesmo gérmen, a mesma semente. <span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Portanto, viver a plenitude do agora faz com que resgatemos nosso sentimento mais profundo de humanidade, respeitando e acima de tudo reconhecendo o outro.<span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Estar plenamente imerso no presente é, pois, o caminho perfeito. Trilhar esse caminho é romper os grilhões da ilusão da separatividade criada pelos condicionamentos da mente-ego.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>E viver sem condicionamentos é realizar a liberdade de ser uno com tudo e todos. </p>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-56664272158150540702009-11-02T18:26:00.007-02:002009-11-02T18:58:32.470-02:00Continuação: As quatro nobres verdades e a crise financeira mundial<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://filosofiataoista.no.comunidades.net/imagens/hlby.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 444px; height: 796px;" src="http://filosofiataoista.no.comunidades.net/imagens/hlby.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>No post anterior falamos da segunda nobre verdade, que nos revela a causa do deslocamento da vida: - o anseio egoísta. No exemplo utilizado, o desejo do ego em querer sempre mais, faz com que pessoas invistam tudo o que têm no mercado de ações. Como o objeto do desejo torna-se uma extensão do ego, cada ação se transforma em uma parte intrínseca do investidor. Ao sobrevir <span style="mso-spacerun:yes"> </span>a crise financeira mundial, com a conseqüente queda nas cotações das bolsas de valores, foi como se cada pessoa perdesse um pedaço de si mesma, o que acarretou a dor e o sofrimento da perda.</div> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-tab-count:1"></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>É aceitável então pressupor que ao superarmos o anseio egoísta, o eixo da nossa existência deixa de estar deslocado em relação à harmonia do universo, e com isso o sofrimento cessa. É disso que trata a Terceira nobre verdade: - a possibilidade de cessação do sofrimento, por meio da superação do desejo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-tab-count:1"></span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span>Esse encadeamento de verdades proposto pelo Senhor Buda é extraordinariamente simples e ao mesmo tempo profundo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Ao explicar que a compreensão do sofrimento (1ª nobre verdade) permite identificar o anseio egoísta como sua causa (2ª nobre verdade), Buda apresenta-nos o sofrimento como o dilema existencial do ser humano, com o qual viemos nos defrontando, vida após vida.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Por outro lado, ele afirma que é possível cessar o sofrimento por meio da superação do anseio egoísta, e com isso, mostra-nos que existe uma saída, uma solução para esse dilema. De acordo com os ensinamentos do Budismo a cessação do sofrimento (3ª nobre verdade) é alcançada quando trilhamos o caminho óctuplo (4ª nobre verdade, sobre a qual falaremos no próximo post). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Neste sentido, as quatro nobres verdades do Budismo se assemelham a um medicamento para cura do sofrimento, e Buda as apresenta como se fosse um médico que faz um diagnóstico, emite um prognóstico e prescreve um tratamento. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Ao diagnosticar a condição humana, ele reconhece a natureza existencial do sofrimento (1ª nobre verdade), em razão da impermanência que se faz presente em tudo que é exterior ao Ser. Ainda nesta etapa, examina os meandros do sofrimento, e descobre suas origens n desejo centrado em si mesmo (2ª nobre verdade). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">A seguir, Buda emite então um prognóstico, ao concluir que o sofrimento pode cessar (3ª nobre verdade), e, que existe, portanto, possibilidade de cura. Qualquer pessoa, independente de raça, credo ou condição social, pode promover a cessação do sofrimento mediante a superação do anseio egoísta. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Finalmente, ele prescreve um tratamento eficiente e eficaz por meio de um método de viver (4ª nobre verdade) chamado caminho óctuplo, cujo objetivo é devolver-nos a compreensão daquilo que de fato somos: - perfeição absoluta. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Assim, quando superamos o desejo, mesmo que momentaneamente, o sofrimento naquele instante acaba, e tocamos a dimensão atemporal do Ser, o aqui e agora, onde não existe início, meio e fim, nem tampouco passado e futuro. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">A cessação momentânea do desejo significa o vislumbre de uma abertura fugaz no céu nebuloso do sofrimento humano, por onde penetram os raios do Ser Interior, clarificando coisas e situações, produzindo em nós o <i style="mso-bidi-font-style: normal">insight</i> da compreensão direta daquilo que realmente somos. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Neste instante, já não existem mais dúvidas provocadas pela comparação e recordação das lembranças e pela expectativa e angústia quanto ao futuro. Vemos as coisas de fato como elas são, sem nos deixar influenciar pelo pano de fundo das experiências acumuladas em nossa memória e pela ansiedade de um futuro criado pela imaginação do ego que busca de todas as formas perpetuar seu domínio secular sobre nós. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Daí a importância da prática diária da plena atenção, sejam pelo zazen ou qualquer outro tipo de meditação que aquiete a mente, pois esses momentos de plenitude, pouco a pouco vão se dilatando, até que o ego seja completamente absorvido pelo Ser e alcancemos aquilo que alguns chamam de iluminação, nirvana, samadhi, ou seja, a compreensão direta Daquilo que realmente somos. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-tab-count:1"> </span>Nessa trajetória, é importante compreendermos que o ego (nossa estrutura mental, intelectual e emocional) não gosta da impermanência ou da transitoriedade de coisas e situações, pois esse tipo de percepção nele provoca insegurança e medo com relação ao futuro. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">É esse medo e insegurança que nos levam à preocupação excessiva com a aposentadoria, induzindo-nos a passar boa parte da existência envidando esforços para adquirir mais e mais, com a ilusão de que somente assim teremos um futuro garantido para nós e para aqueles a quem amamos. Daí sermos levados a buscar o ganho fácil por meio da aplicação nas bolsas de valores, loterias, etc. Aplicar na bolsa ou jogar na loteria em si não é um ato condenável. O problema é acreditarmos que essas ações são reais, e que seus efeitos ou ganhos nos trarão felicidade e realização.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Esse é um entendimento típico do ego que não consegue perceber que as coisas exteriores são impermanentes. Compreender a vacuidade das coisas é o trampolim de onde nos projetamos para o mergulho no Ser, sem medo de viver o presente, nem tampouco insegurança quanto ao futuro. A crença de que o passado e o futuro são reais é um dos grandes obstáculos a esse salto, pois perdemos o foco no presente. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">A expectativa futura é ilusória porque quando chega o futuro, o ego já criou outras necessidades diferentes daquelas que projetamos, mesmo que os objetos de desejo tenham sido conquistados. E assim, seguimos perdidos, sempre insatisfeitos, inseguros e com medo, navegando no mar da existência ao sabor das ondas da impermanência.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">A presença do desejo ou anseio egoísta nos torna incapazes de perceber que qualquer que seja o resultado do investimento na bolsa de valores, ou qualquer outra ação semelhante, nós sempre continuaremos insatisfeitos e inseguros.<span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span style="mso-tab-count:1"> </span>O problema aqui não está em ter, mas em ser. Acreditar que temos ou possuímos algo gera deslocamento do eixo da roda da vida, pois essa é uma idéia típica do anseio egoísta. É sobre isso que Buda nos convida a refletir: - precisamos compreender as coisas como elas são. E para que alcancemos essa percepção, o conceito de vacuidade torna-se fundamental. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Nossas ações devem ser precedidas pelo esvaziamento da intenção egoísta, que busca sempre a realização pessoal em todo pensamento, palavra ou atitude. No Taoísmo, este é o verdadeiro sentido do <i style="mso-bidi-font-style:normal">Wuwei</i>, isto é, da ação através da não-ação. Não-ação absolutamente não significa passividade, ociosidade. Ao contrário, o não - agir é ativo, dinâmico, pois é vazio dos desejos egoístas que limitam a liberdade e a criatividade do homem. Não – agir implica em fluir de acordo com cada circunstância. É um viver específico para cada momento, que nos auxilia a manter o foco no instante presente, sem se deixar aprisionar pelas impressões da memória ou pela expectativa futura. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Para o ego, a vida resume-se a uma linha temporal que liga o passado ao futuro, e que tem numa extremidade o nascimento físico e na outra a morte. Essa imagem é a própria personificação do sofrimento, pois passamos a maior parte das nossas vidas presos à nostalgia ou tristeza pelas recordações do passado e à angústia ou aflição pela expectativa do futuro. E o anseio egoísta, causa do sofrimento, nasce exatamente dessa ilusão temporal, onde a mente cria necessidades impermanentes com base em fatos passados, projetando-as como segurança para um futuro ilusório. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Se outrora tivemos e hoje não temos mais, sofremos. Se nunca tivemos, e sonhamos em ter amanhã, também sofremos. Se hoje temos e queremos mais, novamente somos confrontados pelo sofrimento. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>É assim que a mente-ego flutua no mar revolto desse lapso temporal que chamamos vida.<span style="mso-spacerun:yes"> </span>Sem perceber que a chave para libertar-se é a plena atenção no agora, o ego entrega-se ao sofrimento, por não perceber a impermanência em tudo aquilo que o rodeia, e de onde ele espera inutilmente obter felicidade. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">A terceira nobre verdade, em complemento às duas nobres verdades anteriores, ao anunciar a cessação do sofrimento, indica-nos a plena atenção no agora, como forma de superarmos o anseio egoísta. Quando vivemos a plenitude do presente, não somos mais movidos por intenções ou desejos do ego, nascidos das recordações do passado ou do anseio pelo futuro. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Segundo essa concepção, a vida deixa de existir como uma estrada que liga nosso nascimento a um destino, e passa a significar a própria caminhada. O segredo da cessação do sofrimento é viver a plenitude de cada passo da jornada, dia a dia, instante a instante, percebendo as coisas como de fato elas são, sem deixar que nossa compreensão seja turvada pelas lembranças ou pela expectativa do vir a ser.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt">Se adotarmos essa prática de viver que privilegia mais o ser do que o ter, cultivando a quietude de uma vida simples, dia virá em que compreenderemos num só átimo o sentido da vacuidade, e logo todos os desejos egoístas desaparecerão, pois serão satisfeitos ao perceberemos que tudo está em nós, que somos o próprio universo. Nesse instante, finalmente compreenderemos, e experimentaremos cada gota divina das verdades vertidas pelo Sutra do Coração:</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#339999;">Ó Shariputra, a forma é vacuidade, a vacuidade é a forma. A forma não é outra senão a vacuidade, a vacuidade não é outra senão a forma. As sensações, percepções, vontade e consciência também são assim.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#339999;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#339999;">Ó Shariputra, todos os fenômenos são vacuidade. Não aparecem nem desaparecem, não são impuros nem puros, não crescem nem diminuem. Portanto, na vacuidade não há forma, sensação, percepção, vontade, consciência; não há olho, ouvido, nariz, língua, corpo, mente; não há cor, som, odor, sabor, tato, fenômeno; não há [reino dos sentidos, desde] o reino da visão até o reino da mente; não há [elos da existência dependente, desde] a ignorância e o fim da ignorância até a velhice-e-morte e a fim da velhice-e-morte; não há [as Verdades Nobres sobre] o Sofrimento, a Origem, a Cessação, o Caminho; não há sabedoria, nem ganho, nenhum ganho.</span><span class="Apple-style-span" style="color:#339999;"><o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><i><span class="Apple-style-span" style="color:#339999;">Sem o que ganhar, o Bodhisattva permanece na perfeição da sabedoria e não tem obstáculos em sua mente. Sem obstáculos e, portanto, sem medo, ele fica bem distante das delusões. Isto é o nirvana.</span></i></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify;text-indent:35.4pt"><i></i></p><i><p class="MsoNormal">______________________________________</p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">BATCHELOR, S. Budismo sem crenças: a consciência do despertar. São Paulo: Palas Athena, 2005.</span></p> <p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;">SMITH, H.; NOVAK, P. Budismo: uma introdução concisa. São Paulo: Cultrix, 2007.</span></p></i><p></p>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-75006922191155534482009-09-19T21:42:00.011-03:002009-09-19T22:19:18.478-03:00Continuação: As quatro nobres verdades e a crise financeira mundial<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://spf.fotolog.com/photo/63/46/17/psychodelick/1239202225758_f.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 291px; height: 400px;" src="http://spf.fotolog.com/photo/63/46/17/psychodelick/1239202225758_f.jpg" border="0" alt="" /></a><p class="MsoNormal" style="text-align: left;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-align:justify">No post anterior, vimos que a impermanência do mundo produz sofrimento, na medida em que pessoas e coisas fora de nós, às quais nos apegamos, são temporárias, transitórias, passageiras. O sentimento de posse ou apego nos faz considerar o objeto de desejo como <span style="mso-spacerun:yes"> </span>parte de nós. Assim, quando esse objeto de alguma forma se extingue, sobrevém o sentimento de perda, que abre em nós as feridas da dor, do sofrimento. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Compreender de forma correta a causa dessas feridas é fundamental ao homem em sua busca pela libertação. É disso que trata a Segunda Nobre Verdade. Segundo Buda, a causa do deslocamento da vida (dukkha) é <i style="mso-bidi-font-style:normal">tanha</i>, palavra do idioma páli, normalmente traduzida por “desejo”. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Porém, é preciso compreender que <i style="mso-bidi-font-style:normal">tanha</i> trata de um tipo específico de desejo: - o desejo de realização pessoal. Quando somos altruístas, e pensamos de forma espontânea, mais nos outros do que em nós mesmos, <i style="mso-bidi-font-style: normal">tanha</i> se mantém distante, pois, esse tipo de atitude enfraquece o ego. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>É bem verdade que ser desapegado exige de nós percepção profunda acerca daquilo que move nossas ações. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Muitas vezes, envolvemo-nos em ações filantrópicas, que em verdade escondem outras motivações que não apenas a felicidade de servir, como por exemplo, o desejo, ainda que sutil (mas ainda assim desejo...), de ser reconhecido. O mesmo ocorre com o desejo de iluminação, que muitas vezes esconde a satisfação ilusória de se tornar superior, um instrumento de auxílio à humanidade. Isso significa apenas uma coisa: o ego está mais presente do que nunca, e ao agirmos assim, <i style="mso-bidi-font-style: normal">tanha</i>, a súdita mais obediente do ego, nos leva de roldão de volta aos grilhões do sofrimento, retirando-nos da dimensão da liberdade, onde se age através da não-ação, isto é, onde não nutrimos motivos, expectativas ou desejo de alcançar o que quer que seja como fruto das nossas ações (o <i style="mso-bidi-font-style:normal">wuwe</i>i do taoísmo). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">No fundo, <i style="mso-bidi-font-style: normal">tanha</i> é fruto da nossa miopia espiritual, em acreditar que estamos separados das pessoas e coisas que nos rodeiam. Não percebemos que essa miopia é causada pela ilusão de termos uma identidade individual, traduzida em um corpo, com uma árvore genealógica, nome, família, empregado na organização tal, que gosta disso ou daquilo, que tem essa ou aquela preferência. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><i style="mso-bidi-font-style: normal">Tanha,</i> pois, consiste de todas “aquelas inclinações que tendem a continuar ou aumentar a falsa percepção de uma existência separada do objeto do desejo; de fato, <i>Tanha</i> sintetiza <span style="mso-spacerun:yes"> </span>todas as formas de egoísmo; a essência à custa da qual o próprio desejo se realiza. Sendo a existência una, tudo o que tende a separar um aspecto do outro causa sofrimento à unidade que, quase sempre, inconscientemente, trabalha contra essa lei. Nossa tarefa para com nossos semelhantes é compreendê-los como extensões de nós mesmos – facetas semelhantes da mesma realidade” <span class="Apple-style-span" style="color:#33CCFF;">*</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Se compreendêssemos a verdade de que todo o universo exterior está contido em nós mesmos; que somos o próprio universo, que admira a si mesmo por nosso intermédio, certamente não mais haveria objetos de desejo, e conseqüentemente desejo, pois compreenderíamos que tudo já está presente em nossa natureza última, em nosso ser interior, em nossa natureza búdica ou em nossa essência divina. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">No caso da crise financeira mundial, é justamente o desejo de querer sempre mais e mais, com vistas a alcançar a tão desejada realização pessoal, mais comumente conhecida como sucesso na vida, que se transforma em causa do sofrimento de tantas pessoas, como aquele meu colega de trabalho, citado no post anterior. O sentimento de posse e apego ao dinheiro acabou produzindo dor e sofrimento nos acionistas das bolsas de valores, quando essas despencaram, e o dinheiro aplicado se perdeu. Essa perda fez os acionistas sofrerem, como se uma parte deles tivesse sido arrancada. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">No âmbito mundial, isso se repercutiu em todos os países, mostrando que tudo está interligado na ordem que preside a existência física. Por sinal, este sentimento de separatividade tem sido um dos grandes equívocos das nações e governos, conforme vem demonstrando a crise financeira mundial e também os desacertos de ordem ecológica que tanto têm assolado o planeta, pondo em risco o equilíbrio da natureza. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Portanto, a Segunda Nobre Verdade nos indica que para eliminarmos o sofrimento, é preciso abrir mão do desejo. E como fazer isso? </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Antes de tudo, é preciso cultivar a compreensão correta acerca do que são os desejos e os estados mentais que eles produzem. Sempre que surge um desejo, a reação habitual do ego é de negação ou indulgência. Isso está de tal forma, arraigado no psiquismo humano, que o indivíduo é levado de roldão pela situação, e não consegue perceber no bojo dos estados mentais provocados pelo desejo a fala do Buda dizendo: “Abra mão!</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Desejo: "Vou aplicar na bolsa de valores". Estados mentais associados: “Se ganhar comprarei aquele carro importado que há tanto tempo desejo”. “E se eu perder? Não... Não quero nem pensar nisso... Isso não vai acontecer comigo... Conheço profundamente o mercado de ações, e tenho certeza de que tudo vai dar certo...Além do mais, não se consigo mais viver sem aquele carrão..."</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Quando surge um desejo, é assim que age o ego, negando ou sendo indulgente com a situação. Assim, abrir mão não significa um eufemismo que tem por objetivo reprimir o desejo. Aliás, reprimir desejos não é um bom caminho para acabar com eles, pois o simples pensamento ou atitude de querer reprimi-los já é um desejo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Portanto, abrir mão implica, antes de tudo, compreender, com aceitação calma e clara atenção, aquilo que está acontecendo. Um aspecto que deve ser considerado é o fato de que, embora o desejo (segunda verdade) possa ser origem ou causa do sofrimento (primeira verdade), isso não significa absolutamente que essas duas verdades sejam coisas separadas. Assim como o cultivo do desejo em nossas vidas cristaliza o sofrimento, e faz surgir a dor, da mesma forma, a atenta e correta observação e compreensão desse movimento causal (desejo → sofrimento) nos faz abrir mão espontaneamente do desejo, na medida em que ele se extingue por si só. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Dessa maneira, abrir mão de um desejo não é rejeitá-lo ou tentar negá-lo por meio do bloqueio dos pensamentos ou das emoções. Ao contrário, é permitir que ele seja o que de fato é: - um estado mental contingente, transitório, efêmero, que se extinguirá da mesma forma que surgiu. Ao invés de tentarmos nos livrar dos desejos à força é importante notarmos que é da natureza do desejo perder sua intensidade até extinguir-se, quando é atentamente observado. Isso somente ocorre quando observamos as coisas de fato como elas são. Para isso é fundamental vivermos com nossa atenção voltada para o agora, não somente ao longo do zazen (meditação zen), mas durante todo o dia. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">É por isso que sabedorias orientais como o Budismo, o Taoísmo e o Hinduísmo enfatizam tanto a importância de estarmos plenamente focados no momento presente. No budismo zen, Shikantaza (estar presente, simplesmente ser) se pratica no agora, e não nas lembranças do passado (que já foi presente) ou na expectativa ou ansiedade do futuro (que será presente). Viver a plenitude do momento presente é o mesmo que dizer que o Observador, a Testemunha de tudo (a Natureza búdica) ao viver o agora, desfaz a ilusão do ego que necessita de um início, meio e fim para existir. O ego se alimenta da memória e da ansiedade ou expectativa pelo futuro. Quando vivemos o agora, interrompemos o fluxo do vir a ser, e o ego se enfraquece. A experiência do agora nos permite passar a ver as coisas sem a interferência do pano de fundo da memória e da expectativa pelo amanhã, ou seja, nos dá condições de viver no domínio atemporal do Ser. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">No fundo, quando no identificamos com o desejo, (quero isso, não quero aquilo), estamos agarrando com mais força a separatividade, pois reforçamos como verdadeira a crença ilusória de que existe algo fora de nós. Ao agirmos assim, surge, de forma inevitável, o medo da perda, que acaba intensificando a resistência oposta pelo movimento natural da vida àqueles que lhe são contrários. Isso ocorre por que o fluxo natural da existência, essência da nossa própria natureza búdica, não coaduna com a ilusão do ego, e age no sentido de restabelecer a harmonia do cosmos. Esse o sentido mais profundo do carma. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Deduz-se daí que a experiência do momento presente, transformando a vida num <i style="mso-bidi-font-style:normal">continuum</i>, onde um agora se sucede ao outro, sem interferências do passado e do futuro, estados mentais criados pelo ego, também nos ensina a viver em consonância com o fluxo natural da vida, evitando as resistências e reações iguais e contrárias que o universo exerce naqueles que contrariam sua harmonia, o que significa, em última instância, libertar-se dos processos cármicos. Os chineses com o Wuwei (ação por meio da não-ação) e os hindus com os princípios da Karma Yoga, já haviam percebido o poder libertador existente no ato de apenas fluirmos com a vida, sem deixarmos que o ego ofereça resistências ao seu influxo. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Se não exercitarmos essa compreensão o desejo continuará seu caminho, de um simples estado mental até se tornar uma compulsão. Assim, se o passo inicial do abrir mão é termos a reta compreensão acerca do desejo, seu próximo desafio está ligado ao reto agir, que implica na tomada de atitude, na decisão firme de observarmos atentamente o desejo, de forma a evitar que as reações habituais do ego na rotina diária, turvem nossa percepção, e o consolidem em nossa mente. <span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Portanto, por meio da compreensão da segunda nobre verdade do budismo, pode-se inferir que a observação atenta do desejo, no instante em que ele surge, permite-nos enxergar claramente a natureza passageira, duvidosa e contingente da realidade tridimensional em que estagiamos. O desejo sobrevive apenas na dimensão temporal, e seu nascimento presume uma ação do indivíduo, que busca na memória (passado) algum material de comparação com determinada situação por ele experienciada no agora. Se a posse do objeto de comparação indicar ao ego a possibilidade de maior segurança no vir a ser (futuro), surge imediatamente o impulso de conquistar tal objeto. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">No fundo todo desejo visa dar segurança ao ego, que sabe da sua transitoriedade, da sua impermanência, e por isso mesmo quer, por meio da prática de sempre querer mais, garantir seu controle em nossas vidas ao longo de uma linha de tempo, que para o ego é real. A reencarnação na dimensão física parece ser exatamente essa linha de tempo, na qual o ego se manifesta, e cria os estados mentais de início, meio e fim; nascimento, vida e morte; passado, presente e futuro. A iluminação, isto é, a percepção do Ser acerca da sua própria perfeição é a via de libertação para a ilusão temporal da reencarnação. Iluminado, o ser passa a viver na dimensão atemporal da essência divina, onde tudo é uno; onde, nos disse Jesus, Ele e o Pai são um. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Jesus também já nos alertava sobre a importância do agora, quando disse: “Não vos preocupeis, portanto, com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo” (Mt. 6,34). <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Paulo de Tarso também dizia: - “Aprendi a contentar-me com o que tenho” (Filipenses, 4:11). Esses preciosos ensinamentos cristãos, quando analisados no mundo atual, onde a obtenção de coisas materiais e a previdência quanto ao futuro são interpretadas como grandes virtudes do homem fadado ao sucesso, podem parecer orientações estranhas e inadequadas. No entanto, essas palavras escondem a chave para compreensão perfeita acerca da segunda nobre verdade, cuja prática pode levar o homem a abrir mão dos desejos, e fazer cessar o sofrimento (terceira nobre verdade).</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Exercitar a plenitude do agora e ao mesmo tempo compreender que já temos tudo de que necessitamos, são insights preciosos para extinguirmos os desejos. Aquele que vive em plena liberdade, focado no momento presente, retira o dharma dos livros e cânones budistas, e o coloca em sua prática diária. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Se quisermos compreender a terceira nobre verdade (a cessação do sofrimento) e atingirmos a dimensão atemporal do Ser precisamos, de fato, aprender, em nossa rotina diária, a abrir mão dos desejos, ou seja, a cultivarmos a reta compreensão de que eles são apenas uma espessa neblina criada pelo ego, que logo se esvai sob o influxo do sol da natureza búdica, que habita em cada um de nós. <span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <div style="mso-element:footnote-list"> <hr align="left" width="33%" style="font-size:78%;"> <div style="mso-element:footnote" id="ftn1"> <p class="MsoFootnoteText"><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height:115%;font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;mso-ansi-language:PT-BR;mso-fareast-language: EN-US;mso-bidi-language:AR-SAfont-family:";"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="color:#33CCFF;">*</span> Budismo: Uma introdução Concisa - SMITH, Houston, NOVAK, Philip</span></span></span></span></p><p class="MsoFootnoteText"><span class="MsoFootnoteReference"><span class="MsoFootnoteReference"><span style="line-height:115%;font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;mso-ansi-language:PT-BR;mso-fareast-language: EN-US;mso-bidi-language:AR-SAfont-family:";"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 14px; ">Budismo sem crenças: A consciência do despertar - BATCHELOR, Stephen</span></span></span></span></span></p> </div></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-19411119353600425342009-05-24T11:51:00.008-03:002009-05-24T13:07:35.411-03:00As quatro nobres verdades e a crise financeira mundial<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.superliminal.com/fractals/bbrot/bbrot.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 400px;" src="http://www.superliminal.com/fractals/bbrot/bbrot.jpg" border="0" alt="" /></a><br /><div style="text-align: justify;">Há dias tenho observado uma crescente tensão no rosto de um colega de trabalho. Contumaz investidor na bolsa de valores, a cada notícia de queda acentuada no valor das ações, a impaciência e a angústia se fazem notar não apenas em sua fala e atitudes, mas principalmente no seu semblante.<br /></div> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Assim como ele, milhões de pessoas no mundo inteiro sofrem os efeitos dessa “quebradeira” geral de instituições financeiras que se especializaram em ganhar com especulações e acabaram tornando-se vítimas de sua própria armadilha. Essa instabilidade geral nos mercados financeiros é a expressão daquilo que <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Zygmunt_Bauman">Zygmunt Bauman</a>, sociólogo polonês radicado na Inglaterra, chama de <a href="http://pt.shvoong.com/books/1766198-modernidade-liquida/">Modernidade Líquida</a>. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">A liquidez que domina a vida moderna expressa a mais absoluta instabilidade que rege o mundo das formas físicas, onde tudo é transitório, efêmero, fugaz e impermanente, incluindo-se nesse rol, nos dias atuais, até mesmo as relações humanas. No caso da desvalorização de ações, organizações tidas como sólidas e duradouras desmancham-se da noite para o dia, tirando o sono de milhares de acionistas. O moderno computador de hoje torna-se ultrapassado daqui a poucos meses. O relacionamento que se iniciou, muitas vezes baseado nos atributos da beleza física, termina com o passar do tempo em razão do envelhecimento do corpo. Em um mesmo ano as montadoras lançam mais de um modelo do mesmo automóvel, frustrando os consumidores que adquirem um carro novo no início do ano. Troca-se de namorado(a), esposo(a) ou parceiro(a) como se troca de roupa, de acordo com a conveniência da situação ou em decorrência da perda do encanto do primeiro encontro. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">O fenômeno é tão marcante e de tal forma seduz a personalidade humana, que provoca a exacerbação do consumismo, a níveis nunca antes vistos. Ninguém quer ficar fora da moda, do que é novo, mesmo que para isso tenha de trocar de carro duas vezes no mesmo ano, e continuar morando de aluguel. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">O fato é que essa impermanência, habilmente urdida pelo ego nas tessituras da mente, e por isso mesmo estimulada pela ambição dos que detêm o poder no mundo, acaba gerando no ser humano um desejo incontrolável de sempre querer mais. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">É assim, que a mente-ego funciona. Atrás de um desejo saciado, surge sempre um novo desejo, pronto para manter acesa a chama da insatisfação humana. E ao sabor das ondas desse feroz oceano de desejos, o homem sofre ao viver uma vida limitada, imposta pela tirania da ilusão provocada pelo ego. Em decorrência de tudo isso, abate-se sobre ele o efeito avassalador do sofrimento, da angústia, da depressão, da falta de sentido para a vida. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Existirá uma alternativa para esse estado de coisas? Estaremos condenados ao sofrimento ou existe uma possibilidade de sermos felizes, de fato? </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Ao que parece sim. O Poder Criativo do Cosmos, sempre atento às necessidades humanas, de séculos em séculos, permite o surgimento na Terra de seres iluminados, que à maneira de estrelas-guia, brilham no céu da escura noite das vicissitudes humanas, indicando o rumo para a felicidade. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Um desses seres, o Senhor Buda, há mais de 2.500 anos atrás, na Índia antiga, para regozijo da esperança, apontou-nos um caminho de libertação do sofrimento provocado pela impermanência que permeia o mundo das formas. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Ele abordou a questão ensinando-nos quatro nobres passos ou verdades, cuja compreensão são imprescindíveis para quem deseja trilhar o caminho para libertação da dor. O primeiro deles é reconhecer que o sofrimento existe. Que significa isso? <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Antes, cabe aqui uma pergunta de ordem ontológica: Quem realmente sofre? O ego ou o Ser? Quem é ao mesmo tempo causador e vítima desse sofrimento? </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Buda percebeu que a vida, da forma como a experimentamos, ou seja, da maneira que a vivenciamos por meio da mente-ego, é frustrante, insegura, instável, e por isso mesmo gera sofrimento. <span style="mso-spacerun:yes"> </span>Quem pode dizer com honestidade quantas vezes ao dia se sente verdadeiramente feliz, independentemente de qualquer coisa, pessoa, fato, palavra, pensamento ou ação? Para Buda, o nível de existência que a maioria de nós vive é superficial, e nele <span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;">dukkha</span> reina soberanamente. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify"><span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;">Dukkha</span> é um termo normalmente traduzido como sofrimento, dor, mas quando era utilizado na língua Páli (língua falada à época do Buda) tinha também “o significado de rodas cujos eixos estavam fora dos centros” <a style="mso-endnote-id:edn1" href="file:///G:/Posts%20para%20o%20Blog/As%20quatro%20nobres%20verdades.docx#_edn1" name="_ednref1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="line-height:115%;font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;mso-ansi-language:PT-BR;mso-fareast-language: EN-US;mso-bidi-language:AR-SAfont-family:";"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">[1]</span></span></span></span></span></span></a>. Assim, o homem atual vive uma vida deslocada, fora de centro. Existe algo de errado com a roda do nosso <i style="mso-bidi-font-style:normal">modus vivendis</i> que <span style="mso-spacerun:yes"> </span>está descentrado por ter seu eixo focado na impermanência, ou seja, giramos a vida em torno de um pivô que não é real, e isso provoca fricção excessiva (conflitos internos), bloqueando o movimento (criatividade) da existência, o que acaba por gerar o calor da dor.<span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Buda também identifica os seis momentos da vida em que esse deslocamento da existência se evidencia: 1- o trauma do nascimento que se torna a semente da ansiedade que brotará ao longo da existência, nos instantes em que nos sentimos ameaçados e somos submetidos a dolorosos sentimentos e descargas de excitação e sensações físicas; 2- a patologia da doença que desvela a realidade contundente da impermanência do corpo humano; 3 – a morbidez da decrepitude que gera todos os medos presentes nos anos finais da vida (medo da dependência financeira, medo de não ser amado, medo da doença, da dor, medo da decrepitude física e de se tornar dependente dos outros, medo de avaliarmos nossa vida como um fracasso); 4 – a fobia da morte<span style="mso-spacerun:yes"> </span>propiciando<span style="mso-spacerun:yes"> </span>o surgimento no homem de um quase terror, que acaba maculando a vida sadia; 5 – estar preso àquilo de que não se gosta, acarretando um martírio para o homem até o final da sua vida física (uma doença incurável, um defeito físico ou de caráter, etc.); 6 – estar separado daquilo que se ama. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Todas essas situações se configuram na Matrix que aprisiona o homem com os grilhões do sofrimento, e faz a dor tomar consistência quase palpável e real diante do equivocado olhar ilusório com que encaramos a vida. Assim, o primeiro nobre passo no caminho da libertação, nos mostra duas dimensões profundas do sofrimento. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Na primeira, compreendermos que por mais que se consiga o objeto do desejo, a felicidade ou prazer da conquista não perdura por muito tempo. Todo prazer acaba, deixando na boca aberta da rotina diária a sede por sua renovação. Assim, na dimensão da Matrix (mente-ego) sempre que o homem buscar nas coisas exteriores uma satisfação duradoura a impermanência vai assegurar a presença de <span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;">dukkha</span>, e com ela o sofrimento, mostrando-nos que estamos deslocados, fora do centro da harmonia universal. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">A segunda dimensão revela que não apenas o mundo das aparências ou da experiência diária é impermanente, mas também nós, enquanto mentes-ego que estagiam nesse mundo, também somos. Esta é uma questão central na compreensão do caminho que liberta o homem do sofrimento. Buda nos mostra que aquilo que normalmente chamamos de nosso “eu”, que <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Heidegger">Martin Heidegger</a>, filósofo existencialista alemão, chamava de <i style="mso-bidi-font-style:normal">ser-no-mundo</i>, e que aqui denominamos mente-ego, em verdade não passa de um ente em constante mutação, impermanente, composto de cinco elementos que ele chamou de <i style="mso-bidi-font-style:normal">skandhas</i>: - corpo, sensações, percepções, tendências de disposição e consciência. A única saída é desenvolvermos a compreensão correta de quem realmente somos: essências divinas eternas, unas com o Poder Criativo, e portanto imunes à impermanência do mundo das formas. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Sabemos que a mente-ego, para existir, precisa se identificar com algo, e, portanto, em seu esforço pela identificação com os cinco skandhas que são impermanentes, efêmeros, transitórios, acaba não se realizando, e daí nasce a busca desenfreada pela satisfação dos desejos, origem de todo o sofrimento. Não percebemos que o mundo das formas é vazio, ou seja, não possui existência por si mesmo, sendo totalmente dependente da percepção do ego. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Para Buda esses cinco componentes de apego que compõem a mente-ego também são <span class="Apple-style-span" style="font-style: italic;">dukkha</span>, e o homem, ao se identificar e acreditar na existência real desses skandhas, permite que sua existência seja levada de roldão por um redemoinho de automatismos e condicionamentos, que poucos compreendem. Até que cesse a ignorância acerca de quem realmente somos, e descubramos o Ser interior, ficaremos privados da verdadeira alegria de viver.</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Esse o problema dos investimentos nas bolsas de valores que trazem ciclos de expectativas e frustrações a milhões de pessoas no mundo inteiro. A tal crise financeira que origina o sobe e desce dessas bolsas nada mais é do que a mostra inequívoca da existência da impermanência. O problema não está nas condições estruturais de bancos e organizações financeiras, como nos querem fazer acreditar os economistas, mas sim na crença de que essas estruturas, inclusive o próprio mercado financeiro, são reais, sólidas. Até por que, partindo do pressuposto de que todo esse sistema mundial foi arquitetado pelo homem, pode-se perguntar: - Como pode o ego, por meio dos seus cinco agregados impermanentes (corpo, sensações, percepções, tendências de disposição e consciência), ser capaz de criar algo permanente, duradouro?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Neste ponto, surgem outras perguntas importantes: - Afinal de contas, quem é o investidor? Quem fica eufórico com o ganho? Quem fica frustrado, infeliz, deprimido com a perda? A saída é deixar de aplicar na bolsa, ou compreender de fato quem somos?</p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Compreender a diferença entre ego e Ser, e o fato de que somos algo permanente, que transcende os limites do ego pensante e do binomio tempo-espaço, que é imune às variações de humor da vida, tais como alegria e tristeza, é fundamental para recuperarmos o equilíbrio e a harmonia de viver. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">E para isso, Buda nos diz que precisamos ir ao cerne do problema, ou seja, conhecer a causa dessa ferida de nascença, chamada dukkha, que tanto atormenta o ser humano, deslocando sua vida e roubando-lhe a felicidade. Este é o propósito do segundo nobre passo do caminho, que veremos no próximo post. </p> <div style="mso-element:endnote-list"> <hr align="left" size="1" width="33%"> <div style="mso-element:endnote" id="edn1"> <p class="MsoEndnoteText"><a style="mso-endnote-id:edn1" href="file:///G:/Posts%20para%20o%20Blog/As%20quatro%20nobres%20verdades.docx#_ednref1" name="_edn1" title=""><span class="MsoEndnoteReference"><span style="mso-special-character: footnote"><span class="MsoEndnoteReference"><span style="line-height:115%;font-family:"Calibri","sans-serif"; mso-ascii-theme-font:minor-latin;mso-fareast-font-family:Calibri;mso-fareast-theme-font: minor-latin;mso-hansi-theme-font:minor-latin;mso-bidi-Times New Roman"; mso-bidi-theme-font:minor-bidi;mso-ansi-language:PT-BR;mso-fareast-language: EN-US;mso-bidi-language:AR-SAfont-family:";"><span class="Apple-style-span" style="font-size:small;"><span class="Apple-style-span" style="font-weight: bold;">[1]</span></span></span></span></span></span></a><span style="mso-spacerun:yes"> </span>SMITH, Huston; NOVAK, Philip. Budismo – Uma Introdução Concisa. São Paulo: Editora Pensamento-Cultrix LTDA, 2ª edição, 2007, p.42.</p> </div></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-66914158174771933612009-02-24T10:09:00.007-03:002009-02-24T19:13:26.324-03:00Esvaziar-se<a href="http://2.bp.blogspot.com/_IG0b6jOsvG0/SVpRjGUV3GI/AAAAAAAAAE4/897L84RhZq8/s320/zen76ld.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 313px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://2.bp.blogspot.com/_IG0b6jOsvG0/SVpRjGUV3GI/AAAAAAAAAE4/897L84RhZq8/s320/zen76ld.jpg" border="0" /></a> <div align="center"></div><span><span><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><b style="mso-bidi-font-weight:normal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="color:#990099;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">Um professor universitário visitou Nan-in, o mestre zen, para perguntar sobre o zen. Contudo, em vez de ouvir o mestre, o professor se limitou a falar sobre as próprias idéias. Depois de ouvi-lo por um tempo, Nan-in serviu chá. Encheu a xícara do visitante e continuou a servir o chá. O líquido transbordou, encheu o pires, caiu nas calças do homem e no chão. </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><b style="mso-bidi-font-weight:normal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="color:#990099;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">– Não está vendo que a xícara encheu? – explode o professor. – Não cabe mais nada!</span><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;"><o:p></o:p></span></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal"><b style="mso-bidi-font-weight:normal"><i style="mso-bidi-font-style:normal"><span style="color:#990099;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: small;">– Isso mesmo. – responde calmamente Nan-in. – Tal como essa xícara, você está cheio de suas próprias idéias e opiniões. Como poderei mostrar-lhe o zen se você não esvaziar sua xícara primeiro?</span><o:p></o:p></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Assim como o professor universitário do conto acima, vivemos cheios de teorias e explicações sobre a vida. Acreditamos que conhecer aquilo que está fora de nós nos levará ao encontro com a verdade, e por isso mesmo nos empenhamos em acumular conhecimento intelectual acerca do mundo exterior que nos cerca. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Transformamos nossas vidas em um eterno questionar do intelecto, em uma busca febril por coisas que satisfaçam a nossa sede de desejos. Queremos respostas prontas e travamos intermináveis reflexões, que supostamente nos levarão à verdade. Passamos a vida correndo atrás de objetivos: - o curso superior, o mestrado, o doutorado, a casa própria, a família, o seguro de vida, o carro do ano, o posto mais alto no trabalho, a fama, o reconhecimento, a casa de campo, as férias no nordeste do Brasil, o natal na Europa, a viagem à Índia em busca de sabedoria, a boa aposentadoria, a herança para os filhos e netos, etc, etc. E ao final da vida percebemos que envidamos tanto esforço para chegar a lugar nenhum. Reconhecimento e valorização são para nós metas inadiáveis, e quando não as obtemos sofremos. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Devido ao excesso de erudição e conhecimento acreditamos que somos os donos da verdade. Queremos explicar tudo pela ótica do intelecto, mesmo as questões de cunho espiritual, e acabamos nos tornando inconvenientes nos ambientes socais, por não sabermos ouvir e aceitar opiniões diferentes das nossas. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Enredados nessa confusão mental e emocional tramada pelo ego, esquecemo-nos de que em verdade não precisamos de nada, pois já temos o universo inteiro, dentro de nós. Não percebemos que a noção de um eu próprio, separado das coisas e pessoas que nos rodeiam, é exatamente a origem de toda ilusão, de todo o sofrimento. Onde existe sofrimento, aí existe uma idéia de um “eu” separado, aí existe um ego que deseja atingir algo na linha do tempo, aí existem desejos e a busca por um vir a ser. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Não há nada de mais em utilizarmos as coisas e oportunidades que a vida material nos oferece. O problema está em fazermos delas uma extensão de nós mesmos, acreditando que elas são a realidade última da nossa existência. Isso gera sentimento de posse, e como tudo que nos rodeia é transitório, impermanente, acabamos por sofrer, quando o objeto do nosso desejo acaba, pois o apego oriundo do ego nos faz acreditar que perdemos parte de nós. Aí então sentimos dor. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">É por isso que o mestre <a href="http://www.nossacasa.net/shunya/default.asp?menu=275">Nan’in</a>, em sua sabedoria profunda, aconselhava-nos a esvaziar a nossa mente, ou seja, passarmos a enxergar a vida como uma criança, que não possui nenhum pré-conceito ou idéia pré-concebida sobre nada. Talvez fosse isso o que o Mestre Jesus quisesse nos dizer quando afirmou: “Deixai que venham a mim as criancinhas e não as impeçais, porquanto o reino dos céus é para os que se lhes assemelham”. Se considerarmos que o reino dos céus é a natureza búdica, então, a percepção direta do Ser Interior somente virá quando transcendermos a natureza da mente prática, com todo seu conteúdo já estruturado de memória. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">O mestre Zen <a href="http://www.nossacasa.net/SHUNYA/default.asp?menu=50">Shunryu Suzuki </a>chamava isso de <a href="http://www.nossacasa.net/SHUNYA/default.asp?menu=4#b">mente de principiante</a>, isto é, olhar as coisas como de fato elas são, como se fossem vistas pela primeira vez, sem o pano de fundo de nossas memórias, sem o pré-julgamento de todo o conhecimento e cultura acumulados em nossa mente ao longo dessa e de outras vidas passadas. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Sabemos que a realidade que nos rodeia é construída a partir da interpretação do cérebro físico/espiritual, <span style="mso-spacerun:yes"> </span>com base nos arquivos de nossas experiências anteriores,acumuladas através de estímulos exteriores captados pelos cinco sentidos físicos. Quando estamos diante de uma árvore, em frações de segundos o cérebro compara a silhueta do vegetal com seus registros e a resposta é imediata: aquilo é uma árvore. Aí começa a atividade mental. Passamos a conjecturar sobre o nome do vegetal, sua altura, espécie, textura e cor das folhas, formato dos galhos, sobre a emoção sentida na juventude quando demos o primeiro beijo do namoro debaixo da sua copa frondosa, sobre a quantidade de lenha que poderia produzir caso seja cortada por ocasião da chegada do inverno, etc. Toda essa reflexão febril encobre a percepção real da árvore. Perdemos a beleza do momento presente de apenas apreciarmos aquele ser vegetal, sem atribuição de nomes ou qualquer outro tipo de idéia ou pensamento comparativo. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Portanto, esvaziar é aprender a morrer para toda a ilusão acumulada pela memória da mente prática, a mente superficial. Não é que essa memória seja ruim. Ela tem uma função de praticidade na vida material, que nos permite desempenhar as atividades do dia a dia. Porém, essa mesma memória não tem nenhuma utilidade do ponto de vista espiritual, e seu domínio sobre nós pode estreitar a percepção acerca da nossa realidade última. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">É por isso que grandes mestres como <a href="http://www.saindodamatrix.com.br/archives/siddhartha.htm">Buda</a> e <a href="http://www.krishnamurti.org.br/?q=node/4">Krishnamurti </a>nos alertaram sobre a necessidade da vacuidade, de esvaziarmos a mente para que seu conteúdo não restrinja a liberdade de sermos o que somos em essência: natureza búdica. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">É preciso alertar porém, que a reflexão realizada neste <i style="mso-bidi-font-style:normal">post</i> também é racional, e como tal não nos levará à verdade última. Palavras, raciocínio e intelecto são apenas tentativas do ego em explicar a verdade. Verdade esta que cabe a cada um de nós experimentar por si mesmo. Opiniões e conclusões fazem parte de uma camada superficial da mente. Por isso, precisamos abrir mão dessa veia interpretativa da realidade, com base na memória, e irmos além, visualizando e aceitando as coisas como elas de fato são, a fim de mergulharmos na vacuidade do Ser. Para isso é necessário praticarmos o esvaziamento da mente por meio da plena atenção, não somente durante o zazen, mas em todos os instantes da nossa vida. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Como então esvaziar a mente? Se decidirmos reprimir os pensamentos, não lograremos êxito, pois quando menos se espera eles surgem novamente e voltamos à estaca zero que é o ciclo vicioso do pensar. Uma atitude como essa pode ser interpretada como o próprio pensamento procurando reprimir os pensamentos. Temos aqui então o jogo do cachorro correndo atrás do rabo. Reprimir os pensamentos, portanto, não nos levará a lugar algum, e no máximo pode significar apenas que continuamos pensando. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Existe um aspecto importante a ser considerado nesse contexto: - precisamos romper com o processo do vir a ser, ou seja, nos libertarmos da tendência ou marca mental de querermos construir um futuro a partir da experiência do passado. Este hábito pernicioso, repetido a milênios, não nos deixa ancorar no presente, e terminamos por viver uma vida ilusória, virtual, presos entre a recordação do passado e a ansiedade pelo futuro. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Ao nos libertarmos da tendência mental pelo vir a ser passamos a experimentar a verdadeira espiritualidade: viver a plenitude do momento presente. Para isso é fundamental a prática da plena atenção. Esta é proposta da meditação. Tanto no zazen, quanto em qualquer outro tipo de meditação, utilizamos a respiração com base estabilizadora da mente, a fim de focarmos no momento presente, sem desejarmos alcançar nada. Focamos a atenção na respiração, e caso surjam pensamentos (e certamente surgirão...) a única ação indicada é apenas observá-los, deixando-os ir embora, sem emitirmos nenhum julgamento de valor. <span style="mso-spacerun:yes"> </span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Neste estado meditativo, não existem objetivos, nem metas, nem busca por experiências espirituais, nem tampouco pela iluminação. Se assim praticarmos, o vazio surgirá naturalmente dentro de nós. Não o vazio niilista do aniquilamento total da consciência, mas, ao contrário, um vazio cheio de plenitude, sem personalismos, nem identidades, que nos torna uno com todas as coisas e seres. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Tal prática produz silêncio na mente, fazendo-nos perceber que somos algo além da nossa identidade, do nosso eu, das nossas emoções, da nossa mente, dos nossos pensamentos. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">A partir daí, com a prática diária do zazen, passamos cada vez mais a perceber a atuação da natureza búdica em nosso cotidiano. Decisões adequadas em cada instante da nossa vida são tomadas com muito mais freqüência, justamente por que a percepção das coisas e seres já não se encontra mais turvada pelo conteúdo da memória, eivado de pensamentos, idéias e emoções próprias, geradas pelas idéias ilusórias de passado e futuro. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Assim, pouco a pouco, vamos nos tornando libertos do vir a ser, até que um dia não mais seremos escravos dos automatismos gerados pela forma, sensações, percepções, vontade e consciência. Este o significado mais profundo da reta ação, que nasce da reta compreensão. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Os frutos dessa prática saciam todos os desejos, inclusive o da auto-realização. Quando aprendermos a nos contentarmos com o que temos, no dizer do Apóstolo Paulo de Tarso, a vida se tornará então apenas um suave movimento. Viveremos nossa existência no mundo com dignidade, equilíbrio e felicidade, mas não mais seremos dominados por desejos a serem alcançados, por ansiedade, saudade, nostalgia, euforia, superioridade, vaidade, orgulho, raiva e rancor, que em verdade são alimentos do ego. Com isso, à medida que o estado de inanição do ego aumenta, a compaixão passa a brotar espontaneamente em cada passo da jornada, tornando-se o combustível das nossas vidas. A partir daí, tudo que fizermos será em benefício e felicidade de todos os seres. </p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:0cm;margin-bottom:.0001pt;text-align: justify;line-height:normal">Assim, libertos da ilusão do sofrimento provocada pela Matrix do ego, apenas nos deixaremos levar pelo curso do suave movimento da vida, agora transformada em Graça que flui de todos os seres, inclusive de nós mesmos.</p></span></span>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-12346038884631047782009-02-15T09:40:00.007-03:002009-02-15T11:03:03.611-03:00O ar da Graça<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.clicrbs.com.br/blog/fotos/91108post_foto.jpg"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 500px; height: 361px;" src="http://www.clicrbs.com.br/blog/fotos/91108post_foto.jpg" border="0" alt="" /></a><span><span><div style="text-align: left;"><br /></div>De cócoras, </span></span><div><span><span>à beira da estrada, </span></span></div><div><span><span>vivia mordiscando dias. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>Os pés, </span></span></div><div><span><span>antigas raízes, </span></span></div><div><span><span>ainda sustentavam </span></span></div><div><span><span>a finura do caule. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>O olhar presente</span></span></div><div><span><span>afagava a espessura das palavras, </span></span></div><div><span><span>esticava a sombra da compreensão, </span></span></div><div><span><span>sorvia a plenitude do vazio. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>Aprendera o idioma das águas, e </span></span></div><div><span><span>com o rio, conversava fluindo, </span></span></div><div><span><span>num misto de corredeira </span></span></div><div><span><span>e moinho. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>Sabia soletrar </span></span></div><div><span><span>o sábio tamborilar da chuva no telheiro, </span></span></div><div><span><span>e na cachoeira do silêncio, </span></span></div><div><span><span>doía-lhe o som das lágrimas </span></span></div><div><span><span>derramadas pelo mundo inteiro. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>Do chão das horas, </span></span></div><div><span><span>as mãos apanhavam</span></span></div><div><span><span>formigueiros de idéias, e </span></span></div><div><span><span>construíam fornos de barro </span></span></div><div><span><span>para assar a rotina diária. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>De tanto beber orvalho da manhã </span></span></div><div><span><span>em folhas sedentas de sol, </span></span></div><div><span><span>todas as vezes que chorava </span></span></div><div><span><span>vertia estrelas. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>Conhecia o sabor amargo </span></span></div><div><span><span>da mais valia dos homens, e </span></span></div><div><span><span>por isso, embriagava-se </span></span></div><div><span><span>com a doçura da sem valia. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>Para ele, </span></span></div><div><span><span>0 que valia mesmo </span></span></div><div><span><span>era sentir </span></span></div><div><span><span>a pena da asa de um pintassilgo, </span></span></div><div><span><span>fazendo escarcéu de alegria </span></span></div><div><span><span>no ninho dos dedos. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>A natureza </span></span></div><div><span><span>lhe roubara a lucidez infernal </span></span></div><div><span><span>da urbanidade. </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>Em troca, </span></span></div><div><span><span>ganhara a loucura divina,</span></span></div><div>para alguns miragem,</div><div><span><span>de ser parte integrante </span></span></div><div><span><span>da paisagem, </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>de ser apenas </span></span></div><div><span><span>um tecido atento,</span></span></div><div><span><span>feito com a percepção </span></span></div><div><span><span>de cada momento, </span></span></div><div><br /></div><div><span><span>eternidade estendida</span></span></div><div><span><span>no varal do instante</span></span></div><div><span><span>que passa, </span></span></div><div>tremulando livremente,</div><div><span><span>ao sabor do ar da Graça.</span></span></div><div><div><br /></div><div><p class="MsoNormal"><span style="font-size: 12pt; line-height: 115%; font-family: Georgia, serif; ">© Who</span></p></div></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-45394536489137022532008-12-31T16:06:00.030-02:002008-12-31T19:44:35.506-02:00Vivendo a plenitude de cada instante<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.geocities.com/the_wanderling/buddhamist.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 640px; CURSOR: hand; HEIGHT: 480px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.geocities.com/the_wanderling/buddhamist.jpg" border="0" /></a><br /><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: center"></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span><span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> <span class="Apple-tab-span" style="white-space:pre"> </span> Neste último dia do ano, a maioria das pessoas no mundo inteiro busca dar sentido às suas vidas, por meio da esperança em um novo ano que se aproxima. Grande parte reflete sobre os acontecimentos passados, vivenciados ao longo do ano de 2008, na intenção de planejar as ações futuras para 2009. Sob a influência ilusória da mente pequena (mente-ego) e seus condicionamentos, analisamos o que fizemos de acordo com a visão dualística do certo e do errado, e estabelecemos metas para o ano vindouro.</span><span style="font-size:0;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Dessa maneira, entra ano e sai ano, vamos tocando nossas vidas, num automatismo inconsciente, buscando no passado inspiração para o futuro, e mesmo assim não logramos alcançar a felicidade. Ao final de cada ano, o resultado dessa infrutífera contabilidade de propósitos, traduz-se na percepção de insatisfação, incompletude, infelicidade, sofrimento. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Em verdade, poucos de nós nos lembramos de viver o momento presente, aqui e agora. Não percebemos que desenvolver a plena atenção em cada momento de nossas vidas, é a chave para nos libertarmos dessa ilusória realidade virtual criada pelo ego, e assim podermos ter a experiência direta da felicidade, que por sinal, sempre esteve presente em nós. <span style="mso-spacerun: yes"></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Alguns seres iluminados que se manifestaram na dimensão física do planeta Terra, experimentaram a unicidade da vida, superando a ilusão da impermanência que nos rodeia. Foram além da Matrix ilusória criada pela mente-ego, e dissolveram as dualidades da vida na plenitude do Ser. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Para isso, utilizaram-se da correta compreensão de que o homem, em essência, é perfeito, e, em sendo assim, o universo inteiro está contido nele. Portanto, não existem desejos, nem expectativas de ganho, pois tudo que está fora já existe no Ser. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Por meio, tanto da atitude quanto da compreensão correta, desenvolveram uma tecnologia eficiente e eficaz de observação de si mesmos, baseada na plena atenção em tudo que se faz, sem deixar que as recordações do passado ou a ansiedade pelo futuro perturbem a quietude da mente do observador.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Aplicando essas práticas em suas próprias vidas, estes seres transbordantes de compaixão, traçaram com suas pegadas luminosas um auspicioso caminho que, se trilhado com o esforço correto, conduz à percepção direta do Ser ao dissolver a ilusão da mente-ego e suas dicotomias, geradoras do sentimento de separatividade, base de todo o sofrimento humano. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Um desses seres, Sidarta Gautama, o Buda, estruturou seus ensinamentos a partir de quatro princípios por ele denominados de <span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(153, 153, 255);">quatro nobres verdades</span></span></span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(102, 51, 255);"> </span>que, mais do que crenças religiosas, expressam ações a serem realizadas pelo buscador: <span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(153, 153, 255);">1</span></span></span></span></span> - compreender de forma correta o sofrimento; <span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(153, 153, 255);">2</span></span></span></span></span> - por meio da compreensão correta abrir mão das origens do sofrimento; <span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(153, 153, 255);">3</span></span></span></span></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(102, 51, 255);"> </span>- livre dos grilhões da origem do sofrimento, ou seja, do desejo ou anseio egoísta, alcançar a cessação do sofrimento; <span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style=""><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(153, 153, 255);">4</span></span></span></span></span> - ao experimentar, mesmo que por um momento fugaz, a bem aventurança da ausência de sofrimento, decorrente da observância das três nobres verdades anteriores, torna-se necessário cultivar o nobre caminho óctuplo (visão correta, intenção correta, discurso correto, conduta correta, correto viver, esforço correto, correta atenção, concentração correta), verdadeiro programa de tratamento prescrito por Buda a fim de curarmos definitivamente a doença ilusória do sofrimento que assola o ser humano - a busca febril pela satisfação do ego. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Nos séculos que se seguiram após Buda, esse tratamento foi ministrado com uma roupagem religiosa denominada Budismo, mas, conseguiu manter sua proposta inicial de um caminho para libertação do sofrimento. Em verdade, assemelha-se muito mais a um método ou treinamento universal, a ser praticado de forma diária e constante, por qualquer buscador interessado na verdade, independente de crenças ou condicionamentos religiosos. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">E um dos grandes expoentes na divulgação desse caminho foi o mestre zen japonês <a href="http://www.sidneyrezende.com/noticia/24858+biografia+de+dogen+zenji+fundador+da+escola+soto+zen+do+budismo">Eihei Dogen zenji</a> (1220-1253). Ardoroso praticante e divulgador da <i style="mso-bidi-font-style: normal">shikantaza</i> – a prática de viver plenamente cada momento – Dogen zenji dizia: “Quando não temos expectativa alguma, podemos ser nós mesmos. Essa é nossa maneira, nosso caminho, viver plenamente cada momento do tempo”. Para ele, o zazen – a prática de sermos nós mesmos – devia ocorrer em todos os instantes da vida cotidiana do buscador, e não apenas nos momentos em que nos sentamos para meditar. <span style="mso-spacerun: yes"></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Assim, nesta época de final de ano, em que dominam dolorosas reflexões do passado e incertas expectativas sobre o futuro, compartilho abaixo com vocês, o primeiro texto escrito pelo mestre Dogen zenji , o Fukanzazengi - uma recomendação universal sobre o Zazen - onde ele explica o significado do zazen e como praticá-lo. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Na procura incessante por uma saída da Matrix, este foi um dos textos que trouxeram quietude à mente e ao coração, transformando completamente minha compreensão sobre o caminho, a busca e o buscador. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Que em 2009 e em todos os anos vindouros, possam todos os seres se libertarem da ilusão do sofrimento, vivendo cada momento presente com plena atenção e correta compreensão. <span style="mso-spacerun: yes"></span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; TEXT-INDENT: 35.4pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">Belo Horizonte, 31/12/2008.<span class="Apple-style-span" style="FONT-WEIGHT: bold"> </span></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: center" align="center"><b style="mso-bidi-font-weight: normal"><o:p>=================================================== </o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: center" align="center"><b style="mso-bidi-font-weight: normal"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(153,255,153)">FUKANZAZENGI</span></span><o:p></o:p></b></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: center" align="center">Mestre Dogen</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: center" align="center">Tradução: Marcos Beltrão</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: center" align="center"><a href="http://www.marcosbeltrao.net/">http://www.marcosbeltrao.net/</a></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: center" align="center"><o:p></o:p></p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Agora, quando traçamos a fonte do caminho, descobrimos que é universal, e que é absoluto. Torna-se desnecessário distinguir entre “prática” e “iluminação”. O ensinamento supremo é livre, então porque deveríamos estudar os meios de o atingir? <span style="mso-spacerun: yes"></span>O caminho está, não é necessário dizê-lo, muito longe da ilusão. Porque, então, ficar preocupado com os meios de eliminar a ilusão? </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>O caminho está completamente presente onde estás, então do que adiantam prática e iluminação? Contudo, o fato é que se houver a menor diferença, desde o começo, entre você e o caminho, o resultado será uma separação maior ainda que aquela entre o céu e a terra. Se surgir o menor pensamento dualista, perderás tua mente de Buda. Por exemplo, algumas pessoas estão orgulhosas de suas compreensões, e acham que estão ricamente agraciadas com a sabedoria do Buda. Crêem que já ganharam o caminho, iluminaram suas mentes, e ganharam o poder de tocar os céus. Crêem que estão perambulando no reino da iluminação. Mas o fato é que quase perderam o caminho absoluto, que está além da iluminação mesma. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Devemos prestar atenção de que mesmo o <a href="http://www.dharmanet.com.br/buddha/resumo.php">Buda Shakyamuni</a> praticou <a href="http://www.sotozencuritiba.org/como_praticar.php">Zazen</a> durante seis anos. Dizem que <a href="http://www.nossacasa.net/SHUNYA/default.asp?menu=147">Bodidharma</a> teve que praticar zazen no Templo Shao-lin durante nove anos para poder transmitir a mente-de-Buda. Já que estes sábios de antanho eram tão diligentes, como podem os praticantes do dia presente deixarem de praticar o zazen? Devemos parar de correr atrás de palavras e letras e aprendermos a nos retirar e refletir sobre nós mesmos. Ao fazermos isso, nosso corpo e mente naturalmente cairá fora, e nossa natureza original de Buda aparecerá. Se desejarmos realizar a sabedoria do Buda, devemos começar a praticar imediatamente.</p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Ao fazermos zazen, é desejável que tenhamos um quarto calmo. Devemos ser moderados no comer, beber, deixando de lado todo relacionamento delusivo. Deixando tudo de lado, não pensemos nem no bem, nem no mal, nem no certo, nem no errado. Assim, tendo detido as várias funções da mente, desistamos mesmo da idéia de nos tornar Buda. Isso vale não apenas para o zazen, mas para todas as ações diárias. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Geralmente um acolchoado quadrado é colocado no chão onde sentamos, e em cima disso é colocada uma almofada redonda. É possível sentar, seja na posição de lótus, ou de meio-lótus. Na primeira, se coloca o pé direito na coxa esquerda, e em seguida se coloca o pé esquerdo na coxa direita. Nesta última, apenas se coloca o pé esquerdo na coxa direita. As roupas devem ser do tipo folgadas, mas bem arrumadas. Em seguida, coloca-se a mão direita no pé esquerdo, e a palma esquerda em cima da mão direita, com as pontas dos polegares se tocando de leve. Sentemo-nos perfeitamente eretos, nem inclinados para a esquerda, nem para a direita, nem para frente, nem para trás. Nossos ouvidos devem estar no mesmo plano que nossos ombros e os nossos narizes alinhados com o umbigo. A língua deve estar colocada contra o céu da boca, e os lábios e dentes firmemente cerrados. Com os olhos continuamente mantidos abertos, devemos respirar calmamente pelas narinas. Finalmente, tendo regulado corpo e mente desta forma, tomemos uma respiração profunda, movamos nosso corpo para frente e para trás, para a esquerda e para a direita, e então, devemos sentar firmemente quanto um rochedo. Pensemos no não-pensar. Como assim? Pensando além do pensar e do não-pensar. Esta a base mesma do zazen. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>O zazen não é “meditação passo-a-passo”. Ao invés é tão somente a agradável e fácil prática do Buda, a realização da sabedoria do Buda. Eis que aparece a verdade, não mais havendo ilusão. Se isto chegarmos a entender, estaremos completamente livres, como um dragão que obteve água, ou um tigre reclinado na montanha. A lei suprema aparece sozinha, e eis que nos acharemos por completo, libertos de todo tipo de cansaço, bem como de qualquer tipo de confusão. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Ao terminar o zazen, devemos mover levemente o corpo, vagarosamente, e nos levantar calmamente. Não nos devemos levantar ou mover violentamente ao término do zazen. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Com a força do zazen, se torna possível transcender a diferença entre o “comum” e o “sagrado” e podemos ganhar a habilidade de morrer enquanto fazendo zazen ou enquanto de pé. Além do mais, é perfeitamente impossível para nossa mente discriminativa, compreender, seja como os Budas e Patriarcas procuravam exprimir a essência do Zen a seus discípulos, com o dedo, vara, agulha ou martelo, ou como eles passavam a iluminação com um <i style="mso-bidi-font-style: normal">hossu*, </i>punho, bastão, ou grito. Nem pode este assunto ser captado através de poderes sobrenaturais, ou através de uma visão dualística da prática e iluminação. O zazen é a prática além dos mundos objetivos e subjetivos, além do pensamento discriminativo. Portanto, não se deve discriminar entre o inteligente e não-inteligente. Praticar o caminho de todo o coração, é isto mesmo, a iluminação em si. Não existe separação entre prática e iluminação, ou entre zazen e vida cotidiana. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Os Budas e Patriarcas, tanto neste país quanto na Índia e na China, preservaram cuidadosamente a mente de Buda e incentivaram assiduamente o treinamento Zen. Devemos, pois, nos devotarmos completa e exclusivamente, isto é, estarmos completamente absortos na prática do zazen. Apesar de ser dito que existem muitas formas de compreender o Budismo, eis que devemos fazer apenas o zazen, e nada mais. Não existe qualquer razão para deixarmos nosso assento de meditação e fazermos fúteis viagens a outros países para buscarmos isto. Se nosso primeiro passo estiver errado, imediatamente tropeçaremos. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Tivemos já a boa sorte de termos adquirido este precioso nascimento com o corpo humano, então tratemos de não mais desperdiçarmos nosso tempo à toa. Agora que sabemos o que é a coisa mais importante no Budismo, como possivelmente poderíamos ficar satisfeitos, ou contentes, com o mundo transiente? Nossos corpos são como o orvalho nas relvas, e nossas vidas como o lampejo do raio, que num só momento se vai embora. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify"><span style="mso-tab-count: 1"></span>Sinceros praticantes do Zen, não fiquem nem um pouco surpresos por um dragão de verdade, ou gastem muito tempo inutilmente apalpando apenas uma pequena parte do elefante. Se esforcem no caminho que indigita diretamente nossa natureza de Buda original. Respeitem aqueles que já ganharam o conhecimento completo, e que nada mais têm a fazer. Tornem-se uma só coisa com a sabedoria dos Budas e sucedam à iluminação dos Patriarcas. Eis que se fizermos o zazen durante certo tempo, isto tudo seremos capazes de realizar. A casa do tesouro então se abrirá automaticamente, e seremos capazes de gozá-la o quanto quisermos. </p><p class="MsoNormal" style="MARGIN-BOTTOM: 0pt; LINE-HEIGHT: normal; TEXT-ALIGN: justify">* <span class="Apple-style-span" style="FONT-STYLE: italic"><span class="Apple-style-span" style="FONT-WEIGHT: bold">Hossu</span></span>: abanador de moscas ou insetos. </p>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-43178581105513651832008-12-28T21:37:00.012-02:002008-12-28T22:09:57.179-02:00Liberdade<a href="http://img107.imageshack.us/img107/3489/justmorethanacandlebyemoleinap2.jpg"><span></span><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 422px; CURSOR: hand; HEIGHT: 528px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://img107.imageshack.us/img107/3489/justmorethanacandlebyemoleinap2.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"></div><br /><div align="left"><span>Estou em viagem de férias. Após dez dias de sol e calor nas praias de Natal/RN, enfrento agora a chuva e o frio em Belo Horizonte, a bela capital mineira.<br /><br />Escrevo, enquanto lá fora as gotas de água, de forma simples e natural, realizam a função para a qual foram criadas.<br /><br />A chuva, ao cair sobre a terra, não quer nada em troca.<br /><br />Não busca alcançar algo e, por isso, não sofre com o anseio do ganho.<br /><br />Não pensa nos benefícios da sua ação, nem tampouco nas coisas que serão beneficiadas por ela.<br /><br />Não se acha diminuída por reverenciar homens e animais, lavando-lhes e refrescando-lhes os pés em forma de riachos e fontes.<br /><br />Em sua expressão líquida, está presente em tudo e nem por isso se vangloria da Natureza.<br /><br />Não deseja ser importante, nem tampouco especial.<br /><br />Apenas cai de forma livre, sem condicionamentos, e graças a essa liberdade a vida brota sobre a terra...</span></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-23491117511138822692008-11-17T11:01:00.007-02:002008-11-25T15:39:31.235-02:00Ir Real<a href="http://mamj.blog.uol.com.br/images/FLOR.JPG"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 381px; CURSOR: hand; HEIGHT: 480px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://mamj.blog.uol.com.br/images/FLOR.JPG" border="0" /></a><br /><div><div><div align="left"></div><div></div><div align="center">Desperto do sonho de viver. O real<br />É como um espectro que vaga em mim,<br />E sem rumo, navego o mar do (ir)real,<br />Instigante, misterioso e sem fim.<br /><br />Ergo o véu da rotina, e meu olhar,<br />Cansado do finito, atrai o céu<br />Enquanto a terra segura, de além mar,<br />Zomba de mim, barco á deriva, ao léu.<br /><br />Brada o corpo inconsútil a súplica:<br />Ó terra, devolva-me às estrelas<br />Pois a mim essa vida não se aplica.<br /><br />Sou (ir)real. Sou (ir)real. Não existem formas<br />Que me caibam assim tão vago e aflito.<br />Quero espedaçar-me contra o infinito.<br /><br />© Who – Brasília/DF</div></div></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-7328790744440624072008-11-09T10:40:00.013-02:002008-11-09T11:20:41.538-02:00Mente de Principiante<a href="http://isabelbodhisattva.blogs.sapo.pt/arquivo/Ceu.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 475px; CURSOR: hand; HEIGHT: 293px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://isabelbodhisattva.blogs.sapo.pt/arquivo/Ceu.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"><em><span style="color:#66ffff;">"Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito."</span></em></div><br /><div align="justify">As pessoas dizem que é difícil praticar Zen, mas há um mal-entendido quanto ao "porquê". Não é difícil porque seja árduo sentar-se de pernas cruzadas ou atingir a iluminação. É difícil porque é árduo manter a mente pura ou a prática pura em seu sentido fundamental. A escola Zen desenvolveu-se de muitas maneiras depois de estabelecida na China mas, ao mesmo tempo, tornou-se cada vez mais impura. Contudo, não é sobre o Zen chinês ou sobre a história do Zen que eu quero falar. O que me interessa é ajudar você a manter sua prática livre da impureza.<br /></div><br /><div align="justify">No Japão, dispomos do termo <em>shoshin</em>, que significa "mente de principiante". O objetivo da prática é conservar nossa "mente de principiante". Suponhamos que você recite o <em><a href="http://www.dharmanet.com.br/prajna/japones.htm">Prajna Paramita Sutra</a></em> uma só vez. Poderia ser uma boa recitação. Mas o que lhe acontecerá se o recitar duas, três, quatro ou mais vezes? Você poderia facilmente perder sua atitude original em relação a ele. O mesmo acontecerá com suas outras práticas Zen. Por algum tempo você manterá sua mente de principiante, porém, se continuar a prática um, dois, três anos ou mais, embora você possa melhorar em alguns aspectos, é possível que perca o sentido ilimitado da "menteoriginal".</div><div align="justify"><br />Para os estudantes do Zen, o mais importante é não serem dualistas. Nossa 'mente original" inclui em si todas as coisas. Ela é sempre rica e auto-suficiente. Você não deve perder esse estado mental auto-suficiente. Isto não significa uma mente fechada e sim, na verdade, uma mente vazia e alerta. Se sua mente está vazia, está pronta para qualquer coisa; ela está aberta a tudo. Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito.<br /><br />Se você discrimina demais, você se limita. Se é exigente ou ambicioso em excesso, sua mente não é rica nem auto-suficiente. Se nossa mente perder sua auto-suficiência original, todos os preceitos se perderão. Quando sua mente se torna exigente, quando você anseia por algo, você acaba por violar os preceitos: não mentir não roubar; não matar, não ser imoral e assim por diante. Se você conservar sua mente original, os preceitos se manterão por si próprios.<br /><br />Na mente do principiante não há pensamentos do tipo "eu alcancei algo". Todos os pensamentos egocentrados limitam a vastidão da mente. Quando não alimentamos pensamento nenhum de conquista, nem pensamentos egocentrados, somos verdadeiros principiantes e podemos então aprender alguma coisa de fato. A mente do principiante é mente de compaixão. Quando nossa mente é compassiva, torna-se ilimitada. O mestre Dogen, fundador da nossa escola, sempre enfatizou a importância de preservar nossa mente original ilimitada. Com ela somos verdadeiros conosco, estamos em comunhão com todos os seres e podemos, de fato, praticar.<br /><br />Assim, a coisa mais importante é manter sua "mente de principiante". Não há necessidade de ter uma profunda compreensão do Zen. Mesmo que você leia muita literatura Zen, deve ler cada frase com uma mente virgem. Nunca deve dizer: "Eu sei o que é Zen' ou "eu atingi a iluminação". O real segredo das artes também é esse: ser sempre um principiante. Seja muito cuidadoso nesta questão. Se começar a praticar zazen, você começará a valorizar sua mente de principiante. Este é o segredo da prática do Zen.<br /><br /><br /><em>Extraído do livro <a href="http://www.nossacasa.net/SHUNYA/default.asp?menu=51">Mente Zen, Mente de Principiante - Shunryu Suzuki</a></em></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-83632090353223767162008-10-26T21:44:00.022-02:002008-10-28T17:39:10.986-02:00Vivendo Zen<a href="http://www.fiqueatento.com.br/clientes/espacozen/Bem%20Zen3.jpg.JPG"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 322px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.fiqueatento.com.br/clientes/espacozen/Bem%20Zen3.jpg.JPG" border="0" /></a> <div></div><div style="TEXT-ALIGN: center" align="justify"><span style="color:#666666;"><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Viver Zen não significa se retirar do mundo. Ao contrário, significa ser devolvido ao mundo, com um novo olhar, uma nova percepção. Viver Zen é descobrir novas luzes em tudo que fazemos, por meio da satisfação da consciência plena.</span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><?xml:namespace prefix = o /><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">No Zen, o maior milagre é sentar-se em silêncio consigo mesmo e simplesmente perceber que as coisas são como elas são, como realmente são. Isso faz a vida ser suficiente. Talvez, fosse o que o inspirado apóstolo Paulo de Tarso quisesse nos dizer quando afirmou "Aprendi a contentar-me com o que tenho". </span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Se não conseguimos descobrir o sentido da vida num simples ato da nossa rotina diária, como, por exemplo, lavar pratos, certamente, este sentido não será descoberto em lugar algum, pois aquilo que é aparentemente finito-comum está cheio do infinito-divino. </span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Vivemos sob a égide de opostos, aparentemente antagônicos: falso-verdadeiro, finito-infinto, aceitação-rejeição, vida-morte, ódio-amor, etc. E não nos damos conta de que essa aparente polarização ou dualidade é apenas uma faceta da unidade. Uma unidade que permeia tudo e todos, e torna os opostos complementares. </span></span><span style="mso-spacerun: yes"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Neste sentido, a experiência direta - do tipo "faça você mesmo" - pode conciliar em nós a aparente contrariedade dos opostos que a vida nos apresenta. Para isso, é preciso viver a plenitude de cada momento, sem expectativas. Viver cada minuto, cada hora, cada dia, como se fosse o último: esse o segredo do viver Zen. </span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">E isso ocorre quando compreendemos que o tempo é meramente uma ilusão. A preocupação com a noção de tempo (hoje, amanhã, ontem) dá início a uma prática egoísta. Passamos a viver das experiências acumuladas na memória, por meio de comparações, expectativas e ansiedades. Não conseguimos observar a natureza real das coisas, sem pré-julgamentos e nem preconceitos. A partir daí nasce o sentimento de separatividade, de diferença entre nós, os outros e as coisas que nos rodeiam. Esse é o mundo da mente-ego, geradora da ilusão da Matrix que nos aprisiona na roda viva do Carma. </span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Quando nos libertamos dos grilhões dessa falsa percepção do tempo, e passamos a viver o momento presente – aqui e agora – surge então o reto agir, fluindo sem obstáculos, levando-nos sempre adiante e transformando nossas vidas em instantes de beleza e bem-aventurança. Esse é o estado que o </span></span><a href="http://www.nossacasa.net/SHUNYA/default.asp?menu=50"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(153,51,153)">mestre Shunryu Suzuki </span></span></span></a><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">denomina de mente de principiante, a mente em sua pureza original, livre dos reflexos e hábitos milenares do ego. </span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Somente assim, saboreando intensamente a beleza presente em cada instante, nos tornamos nós mesmos. E isso não é uma prática fácil, devido aos condicionamentos milenares, herdados do ego. É preciso um grande esforço. No entanto se formos perseverantes e disciplinados, sem desejos a alcançar e sem renúncias a fazer, dia virá em que essa percepção se estenderá a todos os momentos da nossa vida, e não apenas durante a meditação. </span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Isto ocorre porque o ego se esvai a medida que a consciência se torna plena do agora. Observar continuamente a atuação do ego no palco do dia a dia é um grande antídoto contra a ilusão, uma grande prática para viver Zen. Quem está com raiva? Quem está angustiado? Quem está feliz? Quem deseja isso? Quem se alegra com esse elogio? Quem sou eu? A observação de sentimentos e pensamentos leva ao enfraquecimento da ação do ego sobre nossas vidas, na medida em que já não agimos mais de forma inconsciente, ao sabor das ondas do impulso e do desejo. Tomar consciência da existência do ego significa o início da sua absorção pelo Ser, já que em todas essas situações a testemunha ou observador é o próprio Ser.</span></span><span style="mso-spacerun: yes"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"> </span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Outro exercício importante, muito utilizado na meditação zen (zazen), é sentar-se com a coluna ereta, de olhos fechados, semicerrados ou abertos, e prestar atenção na energia vital fluindo através do corpo. </span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Isso se explica pelo fato de que uma das formas mais básicas do ego é a identificação do ser humano com seu corpo. Portanto, o hábito de sentar e observar a energia vital que flui em todas as partes do corpo (pernas, braços, abdômen, tórax, etc.), curiosamente, de forma paradoxal, faz com que a pessoa, pouco a pouco, deixe de se identificar com a forma (corpo e mente), e comece a perceber que sua essência transcende o mundo da mente-ego. </span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">À medida que isso ocorre, insights diários, provocados pela dimensão divina, que sempre esteve presente em nós, vão dissipando as brumas da ilusão do ego, guiando-nos em direção à plenitude do vazio, ao sem forma, ao Ser, à essência divina que realmente somos. Tomar consciência do corpo, durante a meditação e também ao longo do dia, não apenas nos ancora no momento presente, como também é uma passagem para fora da prisão do ego. </span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"><o:p></o:p></span></span></span></p><p class="MsoNormal" style="TEXT-ALIGN: justify"><span style="font-family:'Trebuchet MS','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-tab-count: 1"><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)"></span></span></span><span class="Apple-style-span"><span class="Apple-style-span" style="COLOR: rgb(102,204,204)">Isto é viver Zen. </span></span><o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span class="rssitem"><span style="font-family:'Arial','sans-serif';font-size:12;"><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal"><span class="rssitem"><span style="font-family:'Arial','sans-serif';font-size:12;"><span style="mso-spacerun: yes"></span><o:p></o:p></span></span></p></span></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-62654919103307890952008-07-04T14:41:00.021-03:002008-10-26T10:17:04.130-02:00Reflexões em trânsito<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://lh4.ggpht.com/maxwellsarmento/SLE4kmOZcqE/AAAAAAAAEJs/qWF4waR2E44/s160-c/PicoDeRaiosReuniODaSangha22E23DeAgosto2008.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 160px; CURSOR: hand; HEIGHT: 160px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://lh4.ggpht.com/maxwellsarmento/SLE4kmOZcqE/AAAAAAAAEJs/qWF4waR2E44/s160-c/PicoDeRaiosReuniODaSangha22E23DeAgosto2008.jpg" border="0" /></a> <div style="TEXT-ALIGN: center"><br /></div><div align="center"><div style="TEXT-ALIGN: center"><br /></div><strong>Templo Zen Pico dos Raios<br /></strong><div align="justify"><br /></div><br /><div align="justify">A verdadeira busca reside na compreensão de quem somos. Não uma compreensão intelectual, científica, filosófica ou mesmo religiosa, mas a experiência real, diária, o mergulho consciente na essência, no Ser. Perceber a fonte, a origem, onde somos um com o Pai, não depende do acúmulo de conhecimento ou cultura, já que estes são produtos da mente, e esta, por sua vez, origina-se do ego, causa maior de toda ilusão da matrix que nos aprisiona. É preciso transcender o universo dos pensametos, das idéias, do intelecto, da lógica, dos desejos, das palavras, e deixar-se absorver pelo silêncio, pela vacuidade do Ser. Este silêncio muito longe de ser passivo, ao contrário é dinâmico, pois permite-nos sentir conscientemente a intensidade do instante presente, ignorando o passado e o futuro, que são vícios mentais, meras ilusões geradas pela insegurança e pelo medo do ego em perder o controle sobre nossas vidas. O agora é a única realidade que temos. Esse <em>insight</em> consome a busca ao diluir na realidade do Ser a Matrix ilusória na qual estamos enredados. E o melhor é que isso não depende do lugar onde estamos (o ser está em toda parte), nem tampouco dos "ísmos" ou "ístas" que porventura tenhamos um dia professado. Quando chegamos neste ponto da existência, um sorriso brota espontâneo, ao se compreender que nunca existiu busca, nem caminho, nem caminhante, nem tampouco o ato de caminhar e muito menos a meta, pois tudo isso são apenas facetas de uma só realidade: o SER que permeia tudo e todos. </div><br /><div align="justify"><strong><span style="color:#cc33cc;">Nota:</span></strong> estou em trânsito por Belo Horizonte, passando férias com minha filha. No domingo, vamos a um mosteiro zen budista, a 1.550 metros de altura, chamado <a href="http://picoderaios.blogspot.com/">Pico dos Raios</a>, em Ouro Preto/MG. Ficaremos lá durante seis dias, e logo após retornaremos a Brasília. </div><br /><div align="justify">Gasshô</div></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-86591568379912260132008-03-17T15:52:00.002-03:002008-03-17T16:01:35.244-03:00Alquimia<a href="http://farm1.static.flickr.com/164/429693156_cb9ad54722_o.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://farm1.static.flickr.com/164/429693156_cb9ad54722_o.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"></div><div align="center"></div><br /><div align="center">Olho para o céu<br />das minhas convicções<br /><br />onde Tuas mãos desenham<br />diáfanas analogias<br /><br />que mudam de forma<br />a cada instante<br /><br />E eu que antes<br />tudo sabia<br /><br />agora<br /><br />sou neófito<br />do silencio<br /><br />e sofro a Tua alquimia. </div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-27877547664817838412008-03-08T23:12:00.009-03:002008-03-08T23:49:10.368-03:00Chá verde com uma pitada de reflexão...<a href="http://blogvisao.files.wordpress.com/2007/06/s08camelliasin1.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://blogvisao.files.wordpress.com/2007/06/s08camelliasin1.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><em><span style="font-size:85%;color:#999900;">Prazer e dor são apenas aspectos da mente. A nossa natureza essencial é a felicidade. Mas nós esquecemos o Eu e imaginamos que o corpo ou a mente são o Eu. Essa identidade equivocada é que dá ensejo ao sofrimento. O que fazer? Esta tendência mental é muito antiga e prosseguiu ao longo de inúmeros nascimentos anteriores. Consequentemente fortaleceu-se. Precisa acabar antes que a natureza essencial, a felicidade, reivindique seus direitos. </span></em><em><strong><span style="font-size:85%;"><span style="color:#006600;">Ramana Maharishi</span><br /></span></strong></em><br />Semana passada, antes de dormir, tomava chá com minha filha de 15 anos, e conversávamos sobre as artimanhas utilizadas pelo ego para não ceder espaço ao Eu superior em nossas vidas.<br /><br />Em dado momento, entre um gole e outro de chá verde, ela diz: - Pai, lembra o ano passado quando eu fiz quinze anos e fui para Disney? Pois é... Você e a mamãe se surpreenderam por que eu gastei pouco por lá e voltei com boa parte do dinheiro que levei... Minhas colegas gastaram tudo que levaram em compras, mas eu achei muita coisa inútil por lá e então resolvi comprar só o essencial... Será que existe algo de errado comigo? Na minha idade eu não deveria ser mais consumista? Sinto-me às vezes um peixe fora d’água no meio de minhas amigas...<br /><br />Olhei para ela, tomei mais um gole de chá verde e sorri afetuosamente.... Segue abaixo um resumo das nossas reflexões naquela noite.<br /><br />O ego se mantém ativo no governo de nossas vidas graças a várias crenças ilusórias. No diálogo acima, pode-se identificar uma dessas crenças, talvez a principal delas, que domina de forma absoluta a sociedade contemporânea: “Mais é melhor”.<br /><br />A incessante busca do ser humano por mais transformou-se na doença do século, contaminando o mundo de conflitos incessantes, pois como pode haver paz nesse mais-é-melhor?<br /><br />Analisemos a lógica ilusória da mente egóica que é o alicerce da vida do homem contemporâneo: - Para estarmos satisfeitos devemos estar ocupados, buscando ganhar mais dinheiro do que ganhamos atualmente, e para isso precisamos ser promovidos a fim de alcançarmos sucesso na vida e assim provamos nosso valor.<br /><br />Viver a vida no círculo vicioso do mais-é-melhor, nos prende exclusivamente ao domínio da dimensão física, excluindo o Eu superior da nossa vida cotidiana, pois a energia interior é inteiramente canalizada para acumulação, aquisição, busca de recompensa, troféus, aplausos, reconhecimento e dinheiro.<br /><br />E o pior de tudo isso é que esse jogo de escravidão engendrado pela Matrix ilusória do ego nos é ensinado desde muito cedo. A partir da escola aprendemos que somente o primeiro lugar importa, que é preciso sempre ir atrás de graus mais elevados, diplomas adicionais e títulos exteriores que, se de um lado reconhecem o ego, de outro obscurecem o Ser.<br /><br />E essa loucura do mais-é-melhor é tão habilmente vendida pela mente egóica, que aqueles que não se adaptam a ela começam a se achar problemáticos, com sentimento de culpa, vergonha e até mesmo remorso, pensando que possuem algum desvio psicológico ou mental por não viverem lutando por mais.<br /><br />No bojo do mais-é-melhor, existe a identificação do ego com o objeto do seu desejo. Essa associação com objetos e pessoas é construída na própria estrutura da mente egóica e leva ao desenvolvimento de sentimentos perniciosos e ilusórios tais como a posse e o apego.<br /><br />É isso que faz uma criança chorar e sofrer quando perde ou lhe tiram um brinquedo. Não importa se é uma criança rica ou pobre, nem tampouco se é um brinquedo caro ou apenas um pedaço de madeira utilizado à guiza de um cavalo de pau: o sofrimento pela perda é o mesmo. E a causa dessa dor está na identificação do ego com o brinquedo, e está oculta na palavra “meu”.<br /><br />E quando crescemos essa compulsão inconsciente pela posse faz com que nos identifiquemos com tudo ao nosso redor. Se na infância era o meu brinquedo, na fase adulta é o meu carro, meu corpo, meu apartamento, minha casa de campo, minhas roupas, meu cargo na empresa, meus amigos, meus filhos, minha esposa e meu marido.<br /><br />Tentamos nos satisfazer e nos encontrar nas coisas exteriores, mas acabamos nos perdendo nelas. Esta é a sina do ego: viver sempre insatisfeito.<br /><br />Para fugirmos desse círculo conflituoso e cheio de sofrimento chamado mais-é-melhor e atingirmos a paz que flui da nossa natureza última – a felicidade – precisamos abandonar todas essas crenças arquitetadas pelo ego e transmitidas de geração para geração, como se fossem premissas para se alcançar o ilusório sucesso na vida.<br /><br />Quando nos esvaziarmos dessas ilusões, nosso espaço interior será preenchido pela plenitude do Eu Superior, onde não existem identificações e nem tampouco desejos pois ali é a morada da felicidade e nela todos os desejos estão satisfeitos. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Referências:</div><ul><li><div align="justify"><a href="http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=2179223&sid=6249732431038210449105739&k5=28772242&uid=">O Despertar de uma Nova Consciência</a> - <a href="http://cuidardoser.com.br/conhecendo-eckhart-tolle.asp">Eckart Tolle</a></div></li><li><div align="justify"><a href="http://www.planetanews.com/produto/L/227207/seu-eu-sagrado-wayne-w--dyer.html">Seu Eu Sagrado - Wayne W. Dyer</a></div></li></ul>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-37599439735474401942008-02-25T09:56:00.000-03:002008-02-25T10:05:47.021-03:00Unidade<div align="center"><a href="http://clientes.netvisao.pt/vitormig/blog01_espiral.gif"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://clientes.netvisao.pt/vitormig/blog01_espiral.gif" border="0" /></a><br /><div align="center">No dinamismo do firmamento,<br />as galáxias em espirais ascendentes<br />exaltam infinitas possibilidades.<br /><br />Na estática mesa do apartamento,<br />as espirais do aroma de chá quente<br />exalam a finita relatividade.<br /><br />E em tudo a mesma Presença...</div></div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-8472085146367510792008-02-20T16:59:00.000-03:002008-02-22T21:59:02.081-03:00O que não somos<em><span style="color:#cc66cc;"></span></em><a href="http://educar.files.wordpress.com/2007/05/ego.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://educar.files.wordpress.com/2007/05/ego.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div>Vivemos fragmentados. Pulverizados entre passado, presente e futuro, não conseguimos perceber a unidade que permeia a diversidade que nos rodeia, pois a separatividade, característica do mundo das formas, rouba do homem a plenitude do Ser.<br /><br />Mesmo assim, seguimos em frente, dia após dia, mês após mês, ano após ano, vida após vida, sem encontrar o sentido real da existência, deixando a carruagem da mente ser dominada e levada de roldão pelos cavalos dos sentidos. <span><br /><br />Atrás do néctar de um desejo satisfeito surge sempre outro a ser buscado. A ânsia pelo prazer e o medo da dor transformaram-nos em abelhas famintas pelo mel da felicidade. Iludidos, pousamos de flor em flor no jardim dos desejos, mas, ao término de cada jornada diária, continuamos insatisfeitos.<br /></span><br />Tudo isso porque temos experimentado, diariamente, a mais poderosa droga ilusória de que se tem notícia: a viagem exterior, para fora de nós.<br /><br />Agora, é momento de viajarmos para dentro de nós. Encontrar a resposta à pergunta Quem somos nós? – roteiro da viagem interior prescrita por todos os sábios ao longo da história da humanidade – é o único antídoto para a ilusão do ego que aprisiona o homem nessa Matrix.<br /><br />Kahlil Gibran, inspirado poeta libanês, autor de “O Profeta” disse certa vez que a única pergunta que o obrigava a ficar calado era: - Quem é você? O autor, escritor e sábio, já havia compreendido que qualquer resposta verbal a essa pergunta era um esforço inútil, pois a palavra – expressão concreta do pensamento – pertence ao mundo transitório e impermanente das formas, enquanto nós, seres divinos, fazemos parte do eterno.<br /><br />Como pode o efêmero explicar o eterno? De que maneira a chama do intelecto, cujo combustível é o mundo relativo das formas, pode iluminar a compreensão do absoluto, que não tem forma? </div><br /><div>Mas afinal: Quem somos nós? O grande sábio indiano Ramana Maharishi, diz-nos que no estágio inicial da Busca, é mais fácil respondermos a essa pergunta por meio da reflexão sobre aquilo que não somos. </div><div><br />Compreender o que não somos é o primeiro passo para a libertação das amarras do ego, gerador de toda a Matrix na qual nos achamos enredados.</div><div><br /><span style="color:#993399;"><strong><em>Não somos um nome</em></strong></span>. Um nome é apenas um condicionamento que a Matrix nos impõe, levando-nos à ilusória identificação com um corpo, de forma a diferenciar-nos dos demais corpos (pessoas) que nos rodeiam. </div><div><br /><strong><em><span style="color:#993399;">Não somos corpos</span></em></strong>. O corpo é apenas um instrumento para que o Ser atue na dimensão material. Portanto, características físicas como postura, altura, cor da pele, ausência ou presença de cabelos, e peso, que fazem milhões de pessoas no mundo inteiro sofrerem, alegrarem-se e até se envolverem em conflitos étnicos, não passam de mera ilusão.</div><div><br /><strong><em><span style="color:#993399;">Não somos a mente</span></em></strong>. A mente é somente um corpo sutil, e como todo corpo tem início, meio e fim, pertencendo à dimensão da transitoriedade, e em sendo efêmera não pode ser confundida com o Ser. O corpo mental é um instrumento do ego, uma espécie de CPU que armazena todo conhecimento sobre o mundo exterior conquistado ao longo das experiências de inúmeras existências. Conectada aos scaners dos sentidos, a mente funciona à guiza de um filtro, construindo o mundo exterior a partir das percepções recebidas, e interpretando-o de acordo com os conhecimentos acumulados no HD do inconsciente. Dessa forma, o conhecimento da verdade – cujo atributo maior é a eternidade – jamais será obtido a partir da mente, pois suas idéias, teorizações e pensamentos pertencem ao mundo impermanente da formas. Segundo os sábios, somente quando o riacho da mente for absorvido pelo oceano do Ser – essência divina – é que conseguiremos entrar de posse da verdade.</div><div><br /><strong><em><span style="color:#993399;">Não somos uma profissão</span></em></strong>. No cotidiano das atividades diárias, é comum nos confundirmos e sermos confundidos com o papel desempenhado em nossas profissões. Porém, em essência não somos engenheiros, escritores, médicos, administradores, etc. Essas identidades pertecem ao domínio do ego e não do Ser. Precisamos desenvolver a mesma percepção de um ator teatral, que fora do palco tem consciência de que não é o personagem interpretado. Em realidade, cada um de nós interpreta um papel na peça da vida, espetáculo em cartaz neste palco ilusório chamado mundo tridimensional. O que precisamos é perceber que absolutamente não somos esse personagem.</div><div><br />Sobre o que não somos o sábio <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ramana_Maharshi"><strong>Ramana Maharishi</strong> </a>nos diz:</div><div><br /><em><span style="color:#cc66cc;">“O corpo denso que é composto dos sete humores (dhatus), não sou Eu; os cinco sentidos da cognição, a saber: o sentido da audição, toque, visão e olfato, que apreendem os seus respectivos objetos, a saber: sons, toque, cor, sabor e odor, não sou Eu; os cinco sopros vitais, prana, etc. que desempenham respectivamente as cinco funções da inspiração, etc., não sou Eu; mesmo a mente que pensa, não sou Eu; tampouco a ignorância, favorecida somente com as impressões residuais dos objetos, e onde não há objetos ou funcionalidades, também não sou Eu.” </span></em></div><div><br /><em><span style="color:#cc66cc;">“Depois de negar tudo o que foi mencionado acima como "não isto", "não isto", somente aquela consciência que resta, somente aquilo sou Eu.”</span></em></div><div></div><div></div><div></div><div><span><br />Referências:<br /><br /></span>- <a href="http://www.arunachala-ramana.org/who_am_I.html"><em>Who I am? - Ramana Maharishi</em> </a><br />- <a href="http://www.golfinho.com.br/livrosn/liv105.htm"><em>Seu eu sagrado - Wayne Dyer</em> </a><br /></div><br /><div><span style="font-size:0;"><br /></div></span>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-50251333566495965202008-02-11T14:40:00.001-02:002008-10-26T10:26:05.014-02:00Devoção<a href="http://www.picturapixel.com/blog/wp-content/uploads/2008/02/lirio-do-brejo-web_1592-copy.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 450px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.picturapixel.com/blog/wp-content/uploads/2008/02/lirio-do-brejo-web_1592-copy.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center">Minhas dúvidas<br />seculares<br /><br />estendem-se como minaretes<br />pontiagudos<br /><br />ávidos por tocarem<br />a abóbada<br /><br />da Tua certeza. </div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-55927323749893621332008-02-10T09:24:00.000-02:002008-02-10T11:42:36.238-02:00Um conto zen<div align="justify"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_AGHJ8QmVIxE/R673VaVdYcI/AAAAAAAAABc/lD0KCKdq-Rw/s1600-h/zen.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5165337769859178946" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://3.bp.blogspot.com/_AGHJ8QmVIxE/R673VaVdYcI/AAAAAAAAABc/lD0KCKdq-Rw/s200/zen.gif" border="0" /></a> <span style="font-size:85%;color:#993399;"></span><em><span style="color:#993399;">Um professor universitário visitou Nan-in, o mestre zen, para perguntar sobre o zen. Contudo, em vez de ouvir o mestre, o professor se limitou a falar sobre as próprias idéias.<br />Depois de ouvi-lo por um tempo, Nan-in serviu chá. Encheu a xícara do visitante e continuou a servir o chá. O líquido transbordou, encheu o pires, caiu nas calças do homem e no chão.<br />– Não está vendo que a xícara encheu? – explode o professor. – Não cabe mais nada!<br />– Isso mesmo. – responde calmamente Nan-in. – Tal como essa xícara, você está cheio de suas próprias idéias e opiniões. Como poderei mostrar-lhe o zen se você não esvaziar sua xícara primeiro?<br /></span></em><br />Vivemos assim, como o professor universitário do conto zen, cheios de pensamenetos, teorias, idéias e explicações sobre a vida, que vão se acumulando na mente ao longo da existência, e passam a funcionar como uma espécie de filtro, por meio do qual interpretamos o mundo a nossa volta. </div><div align="justify"><br />Esta é a ilusória Matrix da qual lutamos para nos libertar: - a mente-ego. Simbolizada no conto zen pela xícara, a mente, no livro “<a href="http://www.siciliano.com.br/livro.asp?tema=2&orn=LSE&Tipo=2&ID=319501">A Voz do Silêncio</a>”, é denominada por <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Helena_Petrovna_Blavatsky">H.P. Blavatsky</a> como a grande assassina do real. </div><div align="justify"><br />A mente constrói o mundo exterior a partir das impressões recebidas pelos sentidos físicos (paladar, olfato, visão, audição e tato), fato este que tanto a biologia quanto a medicina vêm demonstrando a cada dia. </div><div align="justify"><br />Portanto, tudo aquilo que está fora de nós e que acreditamos ser real, não passa de uma projeção virtual criada pela mente-ego, com base nos conhecimentos e condicionamentos acumulados aos longo de várias existências. </div><div align="justify"><br />Mas, afinal de contas, o que é real? Segundo os sábios, o maior atributo da realidade é a eternidade, a permanência. Tudo aquilo que tenha início e fim é impermanente, transitório, efêmero e portanto irreal. </div><div align="justify"><br />Se refletirmos sobre o universo, podemos então dizer que a eternidade é atributo exclusivamente do Ser, ou Eu Superior ou ainda Espírito. Assim, a jornada para compreensão do Ser é a única busca justificável. </div><div align="justify"><br />Conhecer a si mesmo é o único processo capaz de esvaziar a xícara da mente-ego, libertando-nos dessa Matrix ilusória na qual nos achamos enredados. </div><div align="justify"><br />Nos próximos posts, vamos conhecer um pouco mais sobre as nuances da jornada do auto-conhecimento, por meio da reflexão sobre os ensinamentos de alguns seres que estiveram entre nós e que lograram atingir a permanência no Ser. </div>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1492267273091112805.post-337604651162318142008-02-09T22:00:00.000-02:002008-02-09T23:17:50.695-02:00A Busca continua...<a href="http://www.guardians-of-devotion.net/tulasi/Lotus%2032.jpg"><img style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 200px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="http://www.guardians-of-devotion.net/tulasi/Lotus%2032.jpg" border="0" /></a> Prezados buscadores,<br /><br />Estamos de volta... Após quase 06 meses de silêncio, retornamos com as postagens do blog "A Busca", agora em novo endereço.<br /><br />Com uma roupagem mais simples, este blog pretende refletir sobre a necessidade de auto-investigação dos que não se contentam mais com o atual <em>modus vivendis</em> da sociedade, que à guiza de uma Matrix ilusória exalta o ego e despreza o Ser, gerando sofrimento e infelicidade no seio da humanidade.<br /><br />Quem somos nós? Esta é a pergunta que há milênios não quer calar... Aqueles que conquistaram a resposta tornaram-se sábios, seres iluminados.<br /><br />Esses mesmos Sábios afirmam que somos perfeição absoluta. Tudo de que precisamos está dentro de nós. O exterior e apenas ilusão, projeção imperfeita dos incontáveis universos que trazemos no âmago do Ser.<br /><br />A Busca nada mais é do que o esforço diário de cada buscador em tomar consciência da sua própria perfeição.<br /><br />Sejam todos bem vindos.<br /><br /><strong><span style="color:#993399;">Em tempo</span></strong>: <em>alguns leitores já perceberam que não assino mais os posts com nome próprio... Passei a utilizar o pseudônimo <span style="color:#993399;"><strong>Who</strong></span> que acredito ser bastante impessoal... Não há nada de estranho ou especial nisso... É apenas parte de uma estratégia que tracei ao longo dos últimos meses no intuito de enfraquecer o domínio e o poderio do ego em minha vida.</em>Whohttp://www.blogger.com/profile/01067208655913510221noreply@blogger.com0