A verdadeira busca reside na compreensão de quem somos. Não uma compreensão intelectual, científica, filosófica ou mesmo religiosa, mas a experiência real, diária, o mergulho consciente na essência, no Ser. Perceber a fonte, a origem, onde somos um com o Pai, não depende do acúmulo de conhecimento ou cultura, já que estes são produtos da mente, e esta, por sua vez, origina-se do ego, causa maior de toda ilusão da matrix que nos aprisiona. É preciso transcender o universo dos pensametos, das idéias, do intelecto, da lógica, dos desejos, das palavras, e deixar-se absorver pelo silêncio, pela vacuidade do Ser. Este silêncio muito longe de ser passivo, ao contrário é dinâmico, pois permite-nos sentir conscientemente a intensidade do instante presente, ignorando o passado e o futuro, que são vícios mentais, meras ilusões geradas pela insegurança e pelo medo do ego em perder o controle sobre nossas vidas. O agora é a única realidade que temos. Esse insight consome a busca ao diluir na realidade do Ser a Matrix ilusória na qual estamos enredados. E o melhor é que isso não depende do lugar onde estamos (o ser está em toda parte), nem tampouco dos "ísmos" ou "ístas" que porventura tenhamos um dia professado. Quando chegamos neste ponto da existência, um sorriso brota espontâneo, ao se compreender que nunca existiu busca, nem caminho, nem caminhante, nem tampouco o ato de caminhar e muito menos a meta, pois tudo isso são apenas facetas de uma só realidade: o SER que permeia tudo e todos.
Nota: estou em trânsito por Belo Horizonte, passando férias com minha filha. No domingo, vamos a um mosteiro zen budista, a 1.550 metros de altura, chamado Pico dos Raios, em Ouro Preto/MG. Ficaremos lá durante seis dias, e logo após retornaremos a Brasília.
Gasshô
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